Arnaldo Jabor

Créditos da imagem: TV Globo/Reprodução

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Diretor e jornalista Arnaldo Jabor morre aos 81 anos

Internado desde dezembro, o cineasta faleceu por causa de complicações do AVC

Omelete
3 min de leitura
15.02.2022, às 09H10.
Atualizada em 15.02.2022, ÀS 10H57

O diretor, jornalista e cronista Arnaldo Jabor morreu na madrugada desta terça-feira (15), aos 81 anos. Parte do Cinema Novo e autor de produções como Eu Te Amo Toda Nudez Será Castigada, Jabor estava internado em São Paulo desde meados de dezembro, quando sofreu um AVC. Embora um boletim médico no final do ano tenha apontado uma melhora no seu quadro de saúde, a família do cineasta confirmou à Folha de S.Paulo que ele faleceu em razão de complicações deste acidente vascular cerebral.

Desde os anos 1990, o nome de Jabor é muito associado aos seus comentários polêmicos e provocativos nos telejornais da TV Globo, mas o início da sua carreira foi pelo cinema. Primeiro, como crítico no jornal da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e na revista Movimento. Mas, graças ao amigo e cineasta Cacá Diegues, passou a atuar como diretor a partir da década de 1960, lançando os curtas Rio Capital Mundial do Cinema e O Circo e entrando no cenário cultural brasileiro já na segunda fase do Cinema Novo.

Ao longo da sua carreira, é notável seu interesse por investigar as contradições da classe média. Isso aparece pela primeira vez em A Opinião Pública, em 1967, sua estreia na direção de um longa-metragem, mas também em O Casamento, de 1975 e em muitas das suas crônicas. Mas também abordou nas suas obras crises amorosas e existenciais, a exemplo da adaptação do texto de Nelson Rodrigues Toda Nudez Será Castigada, de 1973. O filme lhe rendeu um Urso de Prata no Festival de Berlim, além do primeiro prêmio do Festival de Gramado.

Estas não foram as únicas passagens de Jabor pelo circuito de premiações. Ele concorreu duas vezes à Palma de Ouro no Festival de Cannes com os filmes Pindorama, de 1970, e Eu Sei Que Vou Te Amar, de 1986. Enquanto este último rendeu a Fernanda Torres o prêmio de Melhor Atriz no festival francês, O Casamento deu a Camila Amado o Kikito de ouro de Melhor Atriz Coadjuvante, em Gramado. 

Seu último filme foi A Suprema Felicidade, lançado em 2010, mais de 20 anos após o hiato marcado pela estreia de Eu Sei Que Vou Te Amar. A produção fazia um retrato do Rio de Janeiro dos anos 1950 que o próprio Jabor definiu como "uma espécie de Amarcord brasileiro", referenciando o clássico do italiano Federico Fellini.

De acordo com o jornal O Globo, porém, Jabor deixa um filme inédito, baseado no conto de Rubem Fonseca O Livro dos Panegíricos e que conta com Michel Melamed, João Miguel e Bella Piero no elenco. Intitulado Meu Último Desejo, o nono filme da sua carreira estava previsto para o ano passado, mas foi adiado e ainda não tem data de estreia.

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