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Animage 2017 | Longas da Coreia e do Irã integram o cardápio do festival de animação do Recife

Cerca de 90 curtas de diferentes partes do mundo integram menu do evento pernambucano

09.11.2017, às 19H49.
Atualizada em 09.11.2017, ÀS 20H00

Retrato do dilema entre fazer arte e seguir imposições capitalistas, o desenho coreano I'll Just Live in Bando, de Lee Yongsun, é uma das principais atrações do Animage 2017, o festival internacional de cinema de animação do Recife, que será realizado de 24 de novembro a 3 de dezembro. Centrado na angústia de um professor com uma série de dificuldades para atingir seu sonho de ser ator, a produção da Coreia do Sul é um dos longas-metragens asiáticos do setor animado mais aclamados do ano.

Outro longa estrangeiro de peso que integra o evento é o teuto-iraniano Teerã Tabu, um dos achados da Semana da Crítica de Cannes, em maio. Feito em rotoscopia - uma técnica na qual atuações de carne e osso são refeitas digitalmente -, ele aborda a vida sexual do Irã a partir de personagens como uma garota de programa que leva o filho consigo para o “trabalho”; uma “mulher-pipa” (que usa um papagaio para voar); e um músico que precisa de dinheiro para submeter sua amante a uma operação para restaurar sua virgindade.

Além desses longas, o Animage, que recebeu 600 inscrições de 61 países, selecionou 89 curtas-metragens, divididos em Mostra Competitiva e Mostra Competitiva Infantil.

O evento reúne as seguintes telas de Pernambuco: Caixa Cultural Recife, Cine São Luiz e Cinema do Museu. Um dos filmes que vai correr por esses espaços é o aclamado Vênus – Filó a Fadinha Lésbica, de Sávio Leite, fábula LGBT mineira que representou o Brasil no Festival de Berlim.

“Um dos aspectos que chamam atenção na produção brasileira de curtas animados é que eles não têm equipes grandes, ao contrário do que se via nos anos 1990. E isso está relacionado com as novas tecnologias”, diz o crítico Julio Cavani, curador do Animage. “Nossos filmes estão conseguindo uma expressividade muito forte sem uma equipe de produção grande”.

Entre os filmes brasileiro que concorrem este ano há produções premiadas como O Violeiro Fantasma, de Wesley Rodrigues, premiado no Festival de Gramado; e Oceano, de Renato Duque, eleito o melhor filme de animação da América Latina em 2017 pela International Association of Film and Television Schools. Na seleta estrangeira, o curta francês Pepe Le Morse, de Lucrèce Andreae, chega ao Recife credenciado com o Prêmio Cristal do Festival de Annecy.

“Tem um filme português, chamado Lugar em Parte Nenhuma, dirigido por uma animadora, a cineasta Bárbara de Oliveira, que chama a atenção por apresentar a realidade de Angola, a partir de uma história sobre refugiados da África. Tem sido minúscula a participação da animação africana entre nós e, de certa forma, essa produção portuguesa representa bem aquele continente”, diz Cavani, que trouxe para o evento o curta pernambucano inédito: Fazenda Rosa, de Chia Beloto.

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