Com 13 produções no 67. Festival de Berlim, o Brasil sai da capital alemã com um dos prêmios mais prestigiosos da indústria audiovisual em todo o mundo: Pendular, da diretora carioca Julia Murat, exibido na mostra Panorama, conquistou a láurea da crítica, votada pela Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica, a Fipresci.
A justificativa do juri para premiar Pendular se centra na potência estética desta história de amor edificada sobre a relação entre uma dançarina e um artista plástico.
"Esta vitória é um reconhecimento vindo do lugar que eu mais acredito no cinema: o terreno do pensamento crítico exercido com profundidade", disse a cineasta ao Omelete. "É um destaque muito bom para a carreira deste filme, que lembra da importância do afeto neste tempo difícil pelo qual o Brasil passa".
Entre os 18 concorrentes ao Urso de Ouro, o prêmio da Fipresci ficou com a love story húngara On Body and Soul, de Ildikó Enyedi, que ganhou ainda a laurea do Júri Ecumênico. Este dedicou uma menção honrosa ao chileno Una Mujer Fantástica, sobre uma cantora trans, também galardoado com o troféu LGBT Teddy.
Estrelado pelos atores brasileiros Gilda Nomacce e Ivo Müller, o curta português Os Humores Artificiais também ganhou um prêmio: foi selecionado para a lista do European Film Award, o Oscar do Velho Continente.
Esta noite serão conhecidos os vencedores da premiação oficial, cujos favoritos são The Other Side of Hope, de Aki Kaurismäki, e o romeno Ana, Mon Amour, de Cãlin Peter Netzer. O filme brasileiro Joaquim tem fortes chances de render prêmios ao paulista Julio Machado, que vive Tiradentes.