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Festival de Cannes | Filme de Joaquin Phoenix encerra a briga pela Palma de Ouro com vaias

Nem o talento do ator salva You Were Never Really Here

26.05.2017, às 17H40.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Altos e baixos marcaram o desfecho da seleção competitiva do 70º Festival de Cannes nesta sexta (26): no mesmo dia em que viu In The Fade, do teuto-turco Fatih Akin vira seu xodó, com uma radiografia do ódio na Europa, a Croisette amargou um thriller com Joaquin Phoenix que não parece ter pé nem cabeça - só pretensão. É a diretora escocesa Lynne Ramsay quem dirige You Were Never Really Here, o último dos 19 concorrentes à Palma de Ouro de 2017, com foco nos esforços de um caçador de recompensas para salvar meninas de crimes sexuais. Esse é o enredo que se intui - sem uma certeza definitiva - deste projeto de filme de ação no quala realizadora de Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011) usa e abusa de seus habituais tiques de montagem, quebrando a edição sem que o público entenda o que Phoenix está fazendo. Resultado: pintaram vaias no Palais des Festivals.

Há uma semelhança com o cult Taxi Driver (1976) por toda a narrativa, que espirra sangue para poder compensar sua falta de adrenalina. E há um excesso de caretas por parte de Phoenix para preencher os vácuos existenciais de seu anti-herói, Joe, que parece ter sido um militar e também um agente do FBI. Nada é claro... nem convence.

Neste domingo (28) serão divulgados os prêmios de Cannes. No sábado (27), o evento projeta o últimos dos quase 400 filmes de sua seleção: D'Après Une Histoire Vrai, de Roman Polanski, que cancelou todos os seu compromissos de entrevista com a imprensa mundial após a superexposição que teve na festa dos 70 anos do evento, na terça. Diretor de cults como O Bebê de Rosemary (1968) e O Pianista (2002), o octagenário mestre franco-polonês investe no suspense uma vez mais, apoiado em um roteiro escrito pelo diretor Olivier Assayas (de Depois de Maio), com base no romance homônimo de Delphine de Vigan. Na trama, Eva Green é uma fã fiel da escritora interpretada por Emmanuelle Seigner (mulher do diretor) que inferniza a vida da autora, a fim de interferir nos rumos de seu próximo romance.

Até agora, a lista de potenciais premiáveis abarca ainda 120 Batimentos Por Minuto, do francês Robin Pompillo, Happy End, do austríaco Michael Haneke, e The Square, do sueco Ruben Ostlünd. Robert Pattinson é o nome mais quente para o prêmio de Melhor Ator e Diane Kruger para o de Melhor Atriz. Na Quinzena dos Realizadores, A Ciambra, produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, ganhou o prêmio Europa Cinemas Label, dado como um incentivo à circulação de filmes no Velho Mundo.

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