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Festival de Cannes | Muito acadêmico, filme sobre Rodin desaponta no evento

Já a França aposta em animação baseada em HQs

24.05.2017, às 10H02.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Em um dia carregado de emoções cinéfilas para Cannes, por conta de uma celebração de gala dos 70 anos do festival, com a presença de vários diretores aqui premiados no passado (David Lynch, Roman Polanski, Ken Loach e outros mestres), um filme francês esperado como uma potencial sensação estética desapontou feio a Croisette. Baseado em momentos cruciais na obra de um maiores nomes da escultura, o biografia Rodin, de Jacques Doillon (de Ponette), não vai além do academicismo. Mesmo seu protagonista, Vincent Lindon (premiado em solo cannoise em 2015 por O Valor de um Homem) ficou aquém de seu vigor habitual.

Apesar de planos de uma fotografia requintada, sempre econômica no uso da luz, a fim de poder traduzir o lado mais sombrio do artista por trás de O Pensador, Rodin não consegue transmitir as angústias artísticas e afetivas do escultor. Tudo se basta a um retato superficial de seu processo criativo e de sua relação com a colega  Camille Claudel (Izïa Higelin). Em disputa pela Palma, Doillon parece careta demais para o gosto do presidente do júri, Pedro Almodóvar.
 
França aposta em animação
 
A França pode (e precisa) ter mais sorte esta semana, num terreno que Cannes explorou mal nos últimos cinco anos: a animação. Quarta (24) é dia do evento ver Zombillénium, um dos longas-metragens infantojuvenis mais esperados do ano da Europa na atualidade. É alta a aposta do mercado exibidor europeu nessa produção dirigida por Alexis Ducord com base na HQ de Arthur de Pins. Já houve um (bom) exemplar do seara animada pelo festival no fim de semana: Tehran Taboo, um dos indicados aos prêmios da Semana da Crítica, que usa rotoscopia (técnica a partir da qual cenas com atores reais ganham aspecto de pintura ou ilustração) para narrar a realidade de corrupção e repressão sexual do Irã. Mas este é um filme candidato a cult e de pouco potencial mercadológico. O longa de Ducord, não.
 
Apesar de uma indisfarçavel semelhança com a franquia Hotel Transylvânia, dos EUA, Zombillénium promete risos fresquinhos com a historia de um parque de diversões para monstros. A presença de um humano pode botar o local em perigo.
 

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