Filmes

Artigo

Festival de Gramado | Longa sobre a noite de um assassino é o grande mistério da edição

Filme paulista tem a direção de Bruno Kott

31.08.2016, às 11H53.

Depois de dois dias dedicado apenas a filmes hispânicos, o 44º Festival de Gramado retoma nesta quarta-feira (31) a competição oficial de longas-metragens brasileiros com aquele que talvez seja o mais enigmático dos títulos em concurso, por ser a atração da qual menos se sabe, com menos credenciais prévias: El Mate, de Bruno Kott.

None

Seu realizador é conhecido aqui pelo (hilário) programa de TV No Divã do Dr Kurtzman, exibido pelo Canal Brasil, e ele também participa da produção como ator, ao lado do protagonista, o argentino Fabio Marcoff, visto no último sábado, na telona gramadense, como um dos coadjuvantes do também concorrente O Roubo da Taça, que fez a cidade em peso rir. Tudo o que se conhece sobre este longa de Kott, de CEP paulista, é o que diz sua sinopse: “Uma noite na vida de Armando, um portenho, assassino de aluguel, que vive sozinho numa estranha casa no centro de São Paulo”.

Armando é um matador latino. Latino por ainda ter sonhos e acima de tudo por nunca conseguir concretizá-los”, diz Kott.

Na trama, Armando mantém em seu lar uma encomenda inusitada: um russo que aguarda, amarrado e vendado, os mandantes de seu sequestro. Tudo vai mal para o russo e bem para Armando até que Fábio, um jovem evangélico, toca a campainha e acaba trazendo não só a palavra de Deus, mas uma estranha mudança no rumo da noite de todos os personagens.

Acredito que esta sensação de surpresa em relação ao filme pode nos trazer um público aberto e curioso. Gosto da palavra ‘curiosidade’, talvez mais do que ‘mistério’. Ela estabelece uma relação com menos preconceitos. O próprio filme brinca com isso”, diz Kott. “No início, nós nos apresentamos como um gênero de suspense e, no decorrer da narrativa, o filme assume sua faceta de humor obscuro e nostálgico. Acredito no poder da atmosfera e proponho isso no filme. Algumas pessoas nos sugerem uma proximidade ao universo de Tarantino. Eu, particularmente, gosto bastante dele. Mas, nesse trabalho, opto por citar os Irmãos Coen, que nos apresentam frustração e incapacidade nos seus personagens centrais. A violência e o humor entram como artifícios para uma reflexão à condição humana. Talvez assim como na vida, o conflito do filme não está onde pensamos estar”. 

Até este momento, Elis segue sendo o longa nacional mais badalado de Gramado, que conhecerá os ganhadores do troféu Kikito neste sábado.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.