Festival do Rio 2006 - A festa de encerramento na Cidade Maravilhosa

Durante 15 dias a cidade do Rio de Janeiro fervilhou. Foram 26 salas exibindo mais de 400 filmes, 150 convidados internacionais, seminários, debates, cinema de graça nas lonas culturais e na praia de Copacabana e muita, mas muita correria para assistir tudo de bom que estava sendo exibido por aqui. A democratização e a pluralidade marcam cada vez mais o Festival do Rio, que atendeu aos gostos mais diversos, dos puristas e intelectuais aos mais populares.

Foi na noite de quinta-feira que, no palco do Odeon, o público e os participantes puderam conhecer os ganhadores do troféu do Festival do Rio. Uma novidade: finalmente resolveram dar nome ao prêmio. E o escolhido por votação popular foi Redentor. Os apresentadores foram Caco Ciocler e Dira Paes. Por sinal, Dira deu um show de simpatia e improvisação. Como o Festival não colocou tradução simultânea para os jurados internacionais, coube a Dira tentar traduzir para a platéia. Foi hilário. Fica comprovado que o humor espontâneo continua sendo o melhor. Outro que provocou ótimas gargalhadas foi Mauro Shampoo, que se autodenomina jogador, cabeleireiro e homem. O curta-metragem sobre sua vida foi premiado diversas vezes. A cada nova subida ao palco, sempre obrigando a sua tímida esposa ir também, Mauro aproveitava para dar seus pitacos. Engraçadíssimos. O cara realmente é um show de simpatia.

Voltando aos prêmios, eles foram escolhidos pelo voto popular, pelo Júri Oficial, pela FIPRESCI (Júri da Federação Internacional da Imprensa) e pela ABD&C (Associação Brasileira de Documentarista e Curta-metragista do Rio de Janeiro.

JÚRI POPULAR:

- Melhor Longa Ficção - O ano em que meus pais sairam de férias, de Cao Hamburger
- Melhor Longa Documentário - Fabricando Tom Zé, de Decio Matos Jr.
- Melhor Curta - Mauro Shampoo, de Paulo Henrique Fontenelle e Leonardo Cunha

Presidido pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos e composto pela atriz Christiane Torloni, pelo diretor Marcelo Piñero, pela produtora Renata Magalhães e por Christian Jeune, do Festival de Cannes.

- Melhor Longa-Metragem Ficção - O céu de Suely, de Karim Aïnouz
- Melhor Longa-Metragem Documentário -À margem do concreto, de Evaldo Mocarzel
- Melhor Curta-Metragem - Joyce, de Caroline Leone
- Melhor Direção - Karim Aïnouz  (O céu de Suely)
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Melhor Ator - Selton Mello (O cheiro do ralo) e Sidney Santiago (Os 12 Trabalhos)

- Melhor Atriz - Hermilla Guedes (O céu de Suely)

- Prêmio Especial do Júri - O cheiro do ralo, de Heitor Dhalia

Prêmio FIPRESCI - Júri da Federação Internacional da Imprensa:

Melhor filme latino-americano: O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia

Premiados da ABD&C -Associação Brasileira de Documentarista e Curta-metragista do Rio de Janeiro:

- Melhor Curta-metragem: Mauro Shampoo, de Paulo Henrique Fontenelle e Leonardo Cunha
- Melhor Documentário: Acidente, de Cao Guimarães e Pablo Lobato
- Menção Honrosa: Caparaó, de Flávio Frederico
- Menção Especial: Onde a Coruja Dorme, de Simplécio Neto e Márcia Derraik
- Entrega da premiação: Frederico Cardoso e Dario Gularte.

Prêmio melhor filme da Mostra Geração, eleito pelo público:

- Fazendo amigos (Venner for livet / Finding Friends) de Arne Lindtner Næss

O público estimado esse ano foi de 250 mil pessoas e entre os filmes mais vistos estão Volver (de Pedro Almodóvar) com 2.564 espectadores, Babel (de Alejandro González Iñarritu) com 2.481, Dália Negra (de Brian de Palma) com 2.384 e Fonte da vida (de Darren Aronofsky) com 2.100. Vários filmes tiveram todas as suas sessões lotadas, mas como foram exibidos poucas vezes, não figuraram na lista dos mais vistos. É o caso de Paris, eu te amo que teve 854 espectadores e Destricted com 826.

Ao final da premiação, os convidados seguiram para a tenda armada em frente ao Copacabana Palace, onde rolou a festa de encerramento ao som de música brasileira regada a cerveja e caipirinha.

E para aqueles que curtem uma ressaca, o Festival do Rio continua. É a repescagem do Festival: