A convite da Sony, o Omelete já assistiu aos primeiros minutos de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, a nova tentativa de levar o amigão da vizinhança aos cinemas. Agora em parceria com a Marvel, o personagem volta às telas mais jovem, acompanhado da força de mercado pré-estabelecida pelos Vingadores e com o apoio de Tony Stark (Robert Downey Jr.) como seu mentor. Peter Parker (Tom Holland), a terceira encarnação do teioso, já havia sido introduzido no terceiro Capitão América, mas ganha identidade própria em seu primeiro filme solo pós-Guerra Civil, distanciando-se dos nomes que já vestiram o uniforme.
[Cuidado, possíveis spoilers abaixo!]
O filme começa logo após a batalha de Nova York (Vingadores, 2012), com Adrian Tooms (Michael Keaton) trabalhando em um serviço de limpeza de escombros alienígenas. Enquanto ele e sua equipe recuperam a Grand Central Station, um braço governamental financiado por Stark chega para liberá-lo da posição, alegando que a partir de então eles serão os responsáveis pela organização da cidade. Chateado e desempregado, Tooms devolve todos os caminhões de material alienígena ao governo - menos um. É a partir dessa tecnologia que ele começa a desenvolver suas armas de vingança contra o empresário que o deixou na mão.
Essa primeira sequência serve somente de contexto; logo em seguida vemos um pulo temporal de oito anos e um aviso: “um filme feito por Peter Parker”. Em uma montagem rápida e amadora, vemos a jornada do jovem a Berlim, voando pela primeira vez de avião no jatinho particular de seu mentor com Happy (Jon Favreau), recebendo sua nova roupa tecnológica e auxiliando o time Homem de Ferro na Guerra Civil. Ao retornar de Berlim, o ansioso Parker combate seu tédio adolescente saindo às ruas para ajudar qualquer pessoa - da senhorinha perdida aos já conhecidos ladrões de banco com máscaras dos Vingadores.
O mais interessante desses primeiros minutos de Homem-Aranha: De Volta ao Lar é que o tom muda muito se comparado com as versões anteriores do herói nos cinemas. Por ser mais jovem e já ter passado por algo como a Guerra Civil, esse Peter Parker é muito mais ansioso, inquieto e pró-ativo. Cheio de humor, o filme ganha ainda mais leveza ao juntar o brincalhão e excêntrico Tony Stark à equação, criando uma ótima atmosfera entre os personagens. Stark vê potencial em Parker, mas tem outras coisas para lidar além do adolescente no momento - afinal, a Guerra Civil acabou de acontecer, deixando as consequências do embate.
Além do humor, a vida letiva de Parker também ajuda a agregar uma atmosfera diferente ao herói. Confinado à escola durante maiores períodos, ele tem menos tempo para se dedicar a combater vilões, mas o ambiente escolar introduz personagens interessantes à narrativa - como o amigo Ned (Jacob Batalon). Servindo como uma espécie de ajudante ao herói, a presença de Ned serve ao público tanto como alívio cômico quanto como expositor, garantindo que todos os pontos da trama estão esclarecidos e, assim, seguindo em frente com a história.
Por ter outras versões passadas bem recentes, o Homem-Aranha não precisa de uma nova história de origem por ora, tornando a introdução de De Volta ao Lar muito mais fácil para o já estabelecido universo Marvel. Sendo assim, a fluidez do filme já é garantida em seus primeiros minutos e é perceptível que o longa não demora a engatar, necessitando pouco contexto e já trazendo muito conteúdo à nova versão do personagem. Além disso, as motivações do vilão Abutre são sólidas o suficiente para sustentar sua ira, tornando-o uma interessante nova adição ao hall de nêmesis do universo. Inexperiente, Peter Parker certamente precisa da ajuda do Homem de Ferro, mas não em excesso. Para chegar ao mesmo nível dos seus colegas Vingadores, o jovem herói precisa se provar sozinho. O embate final precisa ser entre Homem-Aranha e Abutre para que o amigão da vizinhança comece bem a sua nova jornada nos cinemas.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar estreia em 6 de julho.
