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Mulher-Maravilha | Feminismo é o direito de escolher, diz figurinista

Em visita ao set, falamos com os responsáveis pelo novo visual da heroína

16.05.2017, às 09H13.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Em nossa visita ao set de Mulher-Maravilha, ficou claro que para trazer o mundo da heroína à vida, a figurinista Lindy Hemming foi fundamental. A designer, porém, diz que seu trabalho nesse filme foi sensivelmente abreviado. Afinal, a pior parte, criar o uniforme da protagonista, já havia sido feita pelo designer de Batman vs Superman, Michael Wilkinson. "Eu peguei as linhas que ele criou e as usei como base, para baixo. Afinal, se ela é a princesa de Temiscira, todas as outras amazonas, exceto sua mãe, a Rainha Hipolita (Robin Wright), teriam que vestir algo mais simples e culturalmente adequado".

As texturas criadas por Wilkinson influenciaram toda a ilha amazona, que foi desenhada de forma a lembrar uma ilha grega, mas ao mesmo tempo irreal e desconectada da nossa realidade histórica. O lugar mistura locações na Grécia, a costa amalfitana na Itália e até um rio na China. Tudo costurado com cenários em estúdio. A arquitetura sempre acontecendo ao redor da natureza e jamais se impondo sobre ela. Formas naturais, como as espirais do náutilo, refletem-se do mobiliário da sala do trono, iluminado por uma cascata bioluminescente, à espada de Hipólita.

Para a criação do icônico uniforme e seus derivados, Lilly explica que parte do processo envolveu pesquisa mais das HQs do que histórica, pois armaduras nunca foram muito usadas por mulheres.

Quanto às proporções da vestimenta da Mulher-Maravilha (Gal Gadot), que foram bastante debatidas online, a figurinista diz que o comprimento jamais foi uma questão para a produção. "Não há nada nesta roupa que seja diferente de qualquer outra coisa no entretenimento hoje. Ou mesmo na vida real... você já entrou numa academia de ginástica, por exemplo? A mulherada está usando roupas tão curtas que dá pra ver tudo. Mas obviamente não faríamos nada tão revelador gratuitamente e, pra mim, feminismo, é o direito de escolher o que vestir. Eu entendo o argumento de quem defende que exista coerência entra armaduras de guerreiros homens e mulheres, que exista mais proteção, mas o objetivo aqui foi criar algo elegante, sexy e principalmente funcional, dado o estilo de combate dela. A Mulher-Maravilha é uma atleta, uma semideusa e precisa lutar de acordo, sem restrições".

Há uma cena, aliás, que brinca justamente com isso... com as roupas das mulheres da época e sua falta de praticidade. Quando chega com sua reveladora armadura ao mundo dos homens, Diana é levada rapidamente até a Selfridge's, uma tradicional loja de departamentos britânica, e precisa provar os limitantes e alegóricos vestidos de 1918.

Esse cuidado com a feminilidade, explícito na armadura, é também uma preocupação de todos os departamentos de design que criaram as armas e utensílios das amazonas. "Suas armas são tão lindas quanto letais e a metalurgia é extremamente avançada e sofisticada - representando que elas são mais guardiãs do que efetivamente soldados, ainda que guerreiras ferozes", explica a desenhista de produção Aline Bonetto, duas vezes indicada ao Oscar.

Mulher-Maravilha tem estreia marcada para 1º de junho, com Gal Gadot e Chris Pine no elenco. Nós visitamos a ilha de edição do filme com Patty Jenkins, onde vimos trechos do filme e conversamos com a diretora - saiba como foi. Por enquanto a Warner não confirmou uma sequência para a produção, mas a heroína vai aparecer novamente em Liga da Justiça.

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