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Painel da Disney com Frankenweenie, Oz - Mágico e Poderoso e Detona Ralph | Comic-Con 2012

A nostalgia dos monstros de Tim Burton e dos fliperamas oitentistas - com exibição de dez minutos de Detona Ralph - impõe o tom

13.07.2012, às 07H04.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

A Disney veio para a Comic-Con 2012 preparada para expandir a experiência de seus novos filmes com a Internet - e já divulgou na rede os trailers de Frankenweenie e Oz - Mágico e Poderoso (Oz - The Great and Powerful) que trouxe para a convenção de San Diego. Outras novidades, como dez minutos de cenas de Detona Ralph (Wreck-it Ralph) e o trailer de The Lone Ranger (leia mais), só foram vistos por quem esteve lá.

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Frankenweenie

Tim Burton apresenta pessoalmente o trailer de Frankenweenie, editado para parecer (ainda mais) um filme B das antigas, com direito a propaganda do "espetacular e enfeitiçante" 3D, como nos cartazes dos terrores dos anos 1950. Em seguida, dois clipes do filme são mostrados na enorme sala H da convenção - o primeiro, uma homenagem afetiva; o segundo, um mistério que fica no ar.

O primeiro clipe mostra a cena em que o professor de ciências do colégio, o Sr. Rzykruski (visível celebração de Vincent Price, e a dublagem de Martin Landau dá um show), explica aos alunos que relâmpagos não "acertam" as pessoas, e sim as atravessam com uma descarga de energia. A variedade de tipos na sala de aula chama a atenção - todos os alunos são bizarros a seu modo. Questionado sobre isso, Burton diz que os personagens são inspirados em algumas crianças que ele conheceu quando esteve no colégio e que era "um pouco estranhas". Boa parte do filme vem dessa sua memória, diz. Ao perguntarem-lhe se incorpora sonhos nos seus filmes, o cineasta responde: "Eu sonho pouco, não costumo ter pesadelos. Mas sempre sonho que estou indo pra escola, o que é um tipo de pesadelo pra mim".

A outra cena mostra o protagonista Victor e seu "ajudante" Edgar tentando realizar outro experimento de ressuscitação, depois de trazerem o cão Sparky de volta à vida. Edgar vai a uma loja de animais e compra o único peixinho dourado morto do aquário. Quando eles aplicam a descarga no animal, o peixe desaparece - e fica visível, meio transparente, apenas quando colocado sob um facho de luz. Pelos trailers anteriores já dá pra perceber que os outros animais do filme passam por transformações - e deformações - distintas, então vai ser curioso acompanhar que mais Burton preparou de diferente nessa sua releitura de Frankenstein.

Oz - Mágico e Poderoso

Antes de Sam Raimi responder perguntas no painel de seu primeiro longa em 3D, o diretor é recebido por uma montagem no telão que relembra momentos de sua carreira - com destaque, obviamente, para cenas das trilogias Homem-Aranha e Uma Noite Alucinante. Essa mesma reverência depois seria repetida, na mesma tarde, para Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger no painel de Os Mercenários 2, mas é Raimi quem reivindica seu lugar na Comic-Con: "Sou nerd como todos vocês aqui", começou.

O trailer, como muitos já viram, começa em preto e branco e com uma janela de projeção 1,33:1, antes de ganhar cores e formato CinemaScope assim que o ilusionista Oscar Diggs (James Franco) é engolido por um tornado em seu balão e enviado ao mundo fantástico de Oz. "Ele é um cara egoísta que no decorrer do filme ganha segundas chances, um mágico do Kansas que tem coração mas não tem a menor habilidade de lidar com pessoas", diz Raimi.

Curiosamente, hoje em dia a prévia lembra mais Alice no País das Maravilhas - não por acaso, Raimi frisa no painel que o produtor dos dois filmes é o mesmo Joe Roth - e até Branca de Neve e o Caçador, com suas revoadas de corvos, do que propriamente O Mágico de Oz de 1939. Raimi ressalta que estava judicialmente proibido de fazer qualquer referência visual ao clássico, por questões de direitos autorais. Ou seja, não espere sapatinhos de rubi... Já a pele verde e as unhas negras da Bruxa Má do Oeste estão reconhecíveis em Oz - Mágico e Poderoso, como mostra o final do trailer, com sua promessa de alguns sustos de horror.

Detona Ralph

Embora o painel da animação não tenha grandes astros - o diretor Rich Moore aparece acompanhado dos dubladores John C. Reilly e Sarah Silverman - a Disney compensa exibindo dez minutos de cenas picadas do filme, protagonizado por um vilão de arcade dos anos 80, o Ralph do título, que cansou de ser sempre o cara malvado do game Fix-It Felix e transita em outros jogos do fliperama para diversificar sua rotina.

O primeiro clipe parece ser o início do longa, com Ralph apresentando a si mesmo na narração em off, aborrecido de ter sempre que destruir o mesmo prédio, só para ver o herói Felix reconstrui-lo e ganhar medalhas. "Ralph também quer medalhas", reclama o vilão. Inicialmente bidimensional e pixelizado como os jogos daquela década, o filme aos poucos ganha cara de CGI, mas a passagem para a computação gráfica se dá aos poucos: personagens dos anos 80 continuam caminhando e saltando com efeitos sonoros "velhos", mesmo quando inseridos em ambientes modernos, como o do jogo de tiro em primeira pessoa Hero's Duty.

Em uma das cenas, quando Ralph conhece a garota Vanellope dentro do game de corrida Candy Rush, a trama fica um pouco mais complexa. Revoltada por ser uma falha do sistema, Vanellope roubou de Ralph a tão sonhada medalha que ele diz ter ganho numa disputa de Hero's Duty. Em outro momento, o Sonic da Sega aparece dizendo que um personagem de arcade pode morrer quantas vezes quiser em seu próprio jogo, e isso nunca o matará de verdade, mas se ele morrer uma única vez num jogo alheio isso o eliminará de vez do sistema. Fica a impressão de que essa disputa de tiro em primeira pessoa de Hero's Duty (que tem visual idêntico a Halo...) será central - e mortal - no filme.

(Ainda sobre Hero's Duty, Rich Moore revela durante o painel que a trilha sonora dentro desse game ficará sob responsabilidade de Skrillex.)

O clipe mais engraçado mostrado na Comic-Con é a versão estendida daquela cena da terapia de vilões que aparecia no trailer. O fantasma de Pac-Mac é quem organiza a análise, que tem Ralph, Zangief, Mister Bison, Bowser/Koppa, Shuma-Gorath e outros malvados dos fliperamas discutindo seus males existenciais (enquanto Kano, de Mortal Kombat, dá um fatality arrancando o coração do zumbi de House of the Dead). Quando sugere que eles não precisam necessariamente ser vilões e deviam questionar o sistema, Ralph causa um pânico geral: "Não se pode mexer com o sistema", dizem todos. Essa questão, como se vê, promete ser central no filme.

Curiosamente, embora o vilão de Mario esteja na terapia, Moore conta que não conseguiu com a Nintendo autorização para pegar emprestado o encanador italiano. Com outras empresas, diz, a negociação das licenças foi amigável. "No comeco achávamos que seria dificil conseguir os direitos, só que não dava pra fazer esse filme sem tê-los... No fim fizemos contato e tudo rolou bem."

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