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Peter Dinklage tem atuação memorável em filme cotado para o Oscar 2018

Conversamos também com os diretores de Os Intocáveis

25.09.2017, às 15H43.
Atualizada em 25.09.2017, ÀS 16H00

No início de outubro, os dois cineastas que fizeram cerca de 20 milhões de franceses pagarem ingresso para rir com Intocáveis (2011) vão testar seu poder de fogo com o humor novamente, ao lançarem C'Est La Vie!, um ímã de gargalhadas na manhã de domingo (24) em San Sebastián. Olivier Nakache e Éric Toledano deram uma oxigenada na atmosfera do festival espanhol - hoje em sua 65ª edição - que vinha apostando em tragédias e em love stories pesadas: com a comédia da dupla francesa, o clima mudou... e para mais leve. O enredo deles se resume a uma festa de casamento e à atrapalhada equipe rensponsável pela cerimônia funcionar. À frente do elenco, em vez do ídolo Omar Sy (com quem fizeram também Samba), há uma lenda autoral do cinema na França: o ator e dramaturgo Jean-Pierre Bacri (de A Vida dos Outros). Ele faz o empresário que organiza a festa.

"Gosto de filmes com muitos personagens, como Cerimônia de Casamento, cult de Robert Altman, no qual nos inspiramos, porque esse formato nos permite mesclar situações dos mais variados gêneros à comédia, como suspense e drama", diz Toledano ao Omelete.

Ele e seu parceiro de direção, Nakache, celebram o fato de C'Est La Vie estar em competição em San Sebastián. "É um prova de que estão levando a comédia a sério", comemorava Olivier, preparado para faturar milhões com o filme, mas sem pressão. Ele e Toledano têm consciência de que não se pode fabricar um novo Intocáveis. "Aquele filme nos fez viajar o mundo, deu prestígio popular à nossa obra, mas ele foi um caso à parte, ao qual não queremos ficar presos", diz Éric.

Pontuado pelo absurdo ao longo de 115 hilários minutos, C'Est La Vie flagra tudo o que pode sair errado na celebração de um matrimônio, começando pela escolha de um cantor (Gilles Lelouch) que faz o oposto do que o noivo pede.

"O mais bacana desse projeto foi dar vez a um elenco multirracial, vindo de diferentes culturas, como o Sri Lanka, para dar uma imagem da cara que a França tem hoje", diz Nakache.

Após a rir aos montes com C'est La Vie!, San Sebastián provou do humor amargo, com temperos trágicos, de um dos longas mais cotados ao Oscar 2018: Três Anúncios (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri). Na sessão de imprensa, a crítica europeia aplaudiu o filme do diretor Martin McDonagh (de Na Mira do Chefe) SEIS vezes DURANTE sua projeção, encantado com o desempenho de Frances McDormand. Ela vive uma vendedora que busca os culpados pela morte da filha. Pra isso, custeia três outdoors na saída de sua cidade cobrando a polícia por sua inadimplência. Peter Dinklage, de Game of Thrones, tem uma atuação memorável como um pretendente de Frances.

Até o momento, a julgar por um painel eletrônico na entrada de uma das salas exibidoras da cidade (o Teatro Victoria Eugénia), que mede a votação popular do festival, "o" eleito do público de San Sebastián é o drama romântico LGBT Me Chame Pelo Seu Nome, que tem o brasileiro Rodrigo Teixeira entre seus produtores. O filme mais esperado do domingo (24) também teve Brasil em seu DNA: é o drama Uma Espécie de Família, feito em coprodução com a Argentina e dirigido por Diego Lerman. Nesta segunda (25), o evento tem tudo para se rasgar em prantos com 120 Batimentos Por Minuto, recriação das lutas contra o HIV na França, nos anos 1990, que virou sensação em Cannes em maio. Saiu de lá com o Grande Prêmio do Júri e a láurea da Crítica Internacional.

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