Quem nunca ouviu falar sobre a Távola Redonda? O local onde os cavaleiros do rei se juntavam é importante parte da fama de Arthur, que voltou aos cinemas em Rei Arthur: A Lenda da Espada. Segundo o mito, como ela não tinha ponta, significava que todos os presentes seriam tratados como iguais e, com o tempo, quem sentasse ali era verdadeiramente merecedor da confiança do monarca.
Citada pela primeira vez em 1155, no livro de versos Roman de Brut, escrito pelo poeta Wace, a távola nasceu devido inteligência de Arthur que, visando evitar disputas entre os seus cavaleiros, criou uma mesa redonda onde ninguém seria visto como comandante, uma vez que seus subordinados jamais aceitariam ter um cargo abaixo de outro cavaleiro.
Com o tempo, diversas outras interpretações para o nascimento da mesa surgiram: de que ela havia sido dada pelo pai de Guinevere, a futura rainha, como presente de casamento; que o mago Merlin criou a mesa como uma representação da última ceia de Jesus; que ela foi feita pelo pai de Arthur, entre outras. Porém, ela é comumente vista como um símbolo de igualdade e de honra para os homens de confiança do rei.
Por conta de sua importância, na idade média festivais da távola redonda eram celebrados por toda Europa imitando a corte do rei, com muita festa, dança e com cavaleiros assumindo o nome dos personagens da história. A lenda é tão famosa que um local que existe desde o período neolítico (cerca de 4000 A.C.) até hoje, localizado em Cumbria, na Inglaterra, recebeu o nome de "Távola Redonda do Rei Arthur" devido ao seu formato circular e de arena. Muitos acreditam que ali é a área retratada nas fábulas, porém, não há nenhum resquício de ruínas, apenas um grande descampado – saiba mais.
O Rei Arthur e a devoção de seus cavaleiros sempre encantou roteiristas e produtores e, por conta disso, diversas versões da lenda chegaram às telonas ao longo dos anos.
Távola no cinema
Fossem elas focadas nos cavaleiros da távola redonda ou na origem do monarca, a história sempre retorna aos cinemas. Relembrando as principais, temos a animação A Espada era a Lei, lançada pela Disney em 1964, onde é mostrado um Arthur criança, guiado por Merlin para descobrir seu lugar no mundo e em 1981 temos Excalibur, com Liam Neeson e Helen Mirren, que retratou com fidelidade as lendas do Rei e até hoje é considerado pelos fãs como o filme definitivo para a história. A relação do Rei com seus cavaleiros encantou Guy Ritchie, que escreveu um filme sobre o monarca e inicialmente o chamaria de Os Cavaleiros da Távola Redonda: Rei Arthur.
“Eu me lembro de assistir o filme de 81 quando eu era muito jovem e notar que todos gritavam uns com os outros, e que as armaduras eram absurdamente brilhantes. Porém, o que mais me impactou é que de alguma maneira, todos pareciam muito descolados. Não sabia direto o que tinha visto, mas tinha amado”, afirmou o cineasta ao The New York Times.
O diretor estava disposto a fazer um longa tão bom quanto o dirigido por John Boorman e, por conta disso, começou a procurar as locações mais reais possíveis para sua produção. Ele decidiu filmá-la no País de Gales e na Inglaterra, onde muitas das lendas do monarca surgiram e ganharam vida. O Omelete, à convite do Visit Britain, visitou algumas das locações de que levaram o mundo de Arthur de volta às telonas, confira abaixo:
Eventualmente, Ritchie decidiu mudar o título do filme para Rei Arthur: A Lenda da Espada, pois ao invés de focar na Távola Redonda, decidiu fazer uma história de origem para depois poder explorar os cavaleiros em futuras sequências, uma vez que a Warner espera que o longa dê início a uma franquia.
O mais recente filme retratando a famosa lenda está em cartaz nos cinemas, trazendo uma nova origem ao personagem que vive no imaginário popular há tanto tempo. Seja ele apenas a criação de poetas ou de escritores ao longo dos anos, fato é que Rei Arthur e a távola redonda seguem como importantes símbolos de igualdade entre os homens e grandes personagens da cultura pop.
