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Star Trek: Sem Fronteiras é uma emocionante e divertida celebração dos 50 anos da franquia

Novo filme acena ao passado para seguir em frente; confira as nossas primeiras impressões sobre o longa

17.07.2016, às 14H26.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

A comemoração dos 50 anos de Star Trek teve um início conturbado. Com a saída de J.J. Abrams da direção (que agora assina apenas como produtor), o estúdio parecia ter encontrado a solução perfeita em Roberto Orci, corroteirista  dos dois primeiros filmes da nova versão.  Porém, sua inexperiência atrás das câmeras e divergências sobre a sua versão da história (entenda aqui) fizeram com que o substituto fosse substituído por um trio improvável: Justin Lin, cineasta que deu nova vida à franquia Velozes e Furiosos, Simon Pegg, o novo Scotty e corroteirista de filmes como Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, que assumiu o script ao lado de Doug Jung (Banshee, Amor Imenso).

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A troca ousada foi um acerto, como mostra Star Trek: Sem Fronteiras, uma emocionante e divertida homenagem à franquia que audaciosamente leva o público a novos ares, sem esquecer de onde veio. No final de Além da Escuridão: Star Trek, a tripulação da Enterprise se preparava para a sua missão de cinco anos. O novo filme começa com divertida narrativa sobre essa passagem “episódica” pelo espaço para depois revelar o desgaste criado pelo confinamento. Surge então o vilão, encarnado por Idris Elba, que tanto serve para remotivar a tripulação na sua jornada por diplomacia no universo como para criar uma conexão com o visual da série original.

Do primeiro contato com novas raças alienígenas (mais de 50 tipos de aliens aparecem no longa) a revelação de cenários grandiosos como Yorktown (a base espacial da federação), tudo é rodeado pelo espírito de aventura e descoberta que consagrou a franquia. Altamid, o planeta rochoso que abriga o segundo ato do filme, lembra a estética dos planetas visitados pelo Capitão Kirk e Cia. na década de 60, quando a equipe da série de Gene Roddenberry precisava contornar restrições orçamentárias com criatividade. Fã da versão para a TV, o diretor Justin Lin sabe exatamente quando acenar ao passado e quando seguir em frente, combinando o visual retrô futurista com cenas de ação inspiradas e grandiosas.

A celebração da diversidade, sempre presente em Star Trek, é outra constante em Sem Fronteiras. A polêmica revelação sobre a sexualidade de Sulu (entenda aqui) é tratada com a necessária sutileza, mostrando um novo traço do personagem, sem defini-lo por isso. A adição de Sofia  Boutella como a alienígena Jaylah serve para equilibrar a equipe, que antes tinha apenas Uhura (Zoe Saldana) como representante feminina no elenco principal.  E, no melhor espírito da franquia, as entrelinhas revelam uma discussão sobre tolerância e conflito, sobre o verdadeiro significado de evolução: “Por que nem todos enxergam a paz como o melhor caminho?”.

A lista de homenagens também inclui um belo tributo a Leonard Nimoy, que faleceu em fevereiro de 2015, e ao elenco da série original. Cada aparição de Anton Yelchin (morto em um acidente em junho deste ano) agora parece carregada de uma inevitável melancolia, com o espírito otimista de Chekov em contraste com a triste realidade. Ainda assim, é uma bela participação do ator, que ganhou mais espaço em cena graças a habilidade de Pegg e Jung para coordenar todos os seus personagens - ao separar a tripulação no segundo ato, os roteiristas criaram novas interações e aprofundaram seus protagonistas.

Star Trek: Sem Fronteiras é uma homenagem à altura do legado de Gene Roddenberry. Todos os elementos que compõem sua criação são combinados em um filme prazeroso, que é ao mesmo tempo simples e complexo, aventuresco e filosófico. Um presente para os fãs e uma excelente porta de entrada para um novo público. O longa chega ao Brasil em 1º de setembro, no mês de aniversário da franquia (a primeira série de TV foi ao ar na NBC em 8 de setembro de 1966).

A crítica completa sai no dia 30 de agosto.

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