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The Third Murder | Thriller japonês é aclamado no Festival de San Sebastián

Filme de Hirokazu Koreeda causou várias reações no público

25.09.2017, às 15H20.
Atualizada em 25.09.2017, ÀS 17H07

Celebrizado como realizador por melodramas familiares tipo Pais & Filhos (2013) e Ninguém Pode Saber (2004), o cineasta japonês Hirokazu Koreeda deixou à flor da pele os nervos do 65º Festival de San Sebastián ao apresentar um longa-metragem radicalmente distinto de seu estilo afetivo: um thriller judicial com mortes, viradas bruscas e heroísmo policial. Tudo isso faz parte dos 125 sombrios minutos do suspense de tribunal The Third Murder, que fez gente na plateia de quase mil espectadores – e não foram duas, nem três pessoas não, e sim, várias – gritarem e pularem na poltrona de susto. Indicado ao Leão de Ouro em Veneza, no início do mês, o filme lá não agradou muito, por destoar da estética lenta do cineasta. Mas aquí no norte da Espanha, ele caiu no gosto popular e virou “o” assunto nas rodinhas cinéfilas.

“O tema central do meu cinema é o poder da escolha e o efeito que ela causa, não importa em que circunstância”, diz Koreeda ao Omelete.

Na trama, o renomado advogado Shigemori (Masaharu Fukuyama) é escalado para um caso dado como perdido: o ex-presidiário Nisumi (Kôji Yakusho) é acusado de um novo crime, um assassinato seguido de roubo, o que pode lhe custar a pena de morte. Tudo leva a crer que foi ele. Mas há algo no depoimento dele que leva Shigemori a suspeitar de sua inocência, o que rende, na tela, uma ciranda de reviravoltas.

Na seleta competitiva do festival – bem fraca até agora, dois filmes radicalmente opostos mexeram com o peito da plateia. O mais querido deles é prata da casa: um longa do País Basco, ambientado no século XIX chamado Handia. De uma tristeza de doer na alma (e incomodar pelo excesso de melodrama), a produção dirigida por Aitor Arregi e Jon Garaño narra a vida de um homem com quase três metros de altura que virou atração de circo na Espanha, para sustentar sua família. Espectadores estrangeiros reagiram ao filme com frieza, mas a população de San Sebastián veio abaixo de tanto choro e aplauso. A recepção local aos filmes, por aquí, costuma ser bem discreta, quase morna. Logo…

O segundo destaque do sábado (23) na competição veio da Argentina: Alanis, dirigido por Anahí Berneri, mexeu com os brios locais, sobretudo o das feministas mais aguerridas por escancarar a realidade de garotas de programa que abraçam o ofício com orgulho. O projeto contou com a bênção e o apoio da Associação das Mulheres Meretrizes, um grupo criado por prostitutas para descriminalizar a profissão. A trama acompanha os percalços de uma jovem, batizada em homenagem à cantora Alanis Morrissette, que faz do corpo seu instrumento de trabalho.

“O que me moveu a contar essa história é discutir porque as garotas de programa não têm direito aos mesmos benefícios que contemplam qualquer outra classe profissional”, disse Berneri, numa coletiva de imprensa de clima tenso.

No domingo (24), San Sebastián recebeu para uma projeção especial um dos filmes mais cotados para o Oscar de 2018: Três Anúncios (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri), no qual Frances McDormand encara as autoridades policiais de sua cidade a fim de punir os assassinos de sua filha. A produção conquistou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza e ainda levou o prêmio do júri popular de Toronto.

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