bee movie 1
bee movie 3
O problema é que, além do trocadilho, ele não tinha mais idéia do que fazer, e muito menos sabia como criar um desenho animado. Mas ele estava em boas mãos. A Dreamworks é, ao lado da Disney/Pixar, o estúdio que mais conseguiu lucrar com a atual onda de animações feitas por computação gráfica. Sem precisar sair do seu apartamento em Nova York, Seinfeld conseguiu comandar boa parte da produção, acompanhando remotamente a criação dos personagens e cenários que ele ajudou a roteirizar.
A história, como se espera, tem ótimas piadas - muitas delas trocadilhos com a palavra "bee", que em inglês tem som próximo do verbo "to be" (ser) e da própria letra "b" e com certeza deram um certo trabalho para os tradutores no mundo inteiro -, porém é bastante infantil. Segundo sua visão do mundo das abelhas, elas são seres muito trabalhadores e que fazem todos os dias o mesmo trabalho. Mas ao contrário de todo o enxame ao seu redor, o recém-adulto Barry B. Benson (voz original do próprio Jerry Seinfeld) não se conforma em ter de escolher um trabalho que terá de realizar para o resto de sua vida. E ao procurar algo que realmente o atraia, ele consegue sair da colméia e conhecer a cidade, algo que só um grupo de elite normalmente tem o direito.
Além dos perigos que corre no mundo exterior, Barry acaba conhecendo Vanessa (Renée Zellweger com voz e jeito de Jennifer Aniston), uma amável dona de floricultura. Demora um pouco para ela aceitar que as abelhas falam a nossa língua, mas a relação entre os dois logo decola. Neste intercâmbio cultural entre espécies, ele acaba descobrindo que todo o mel produzido pelas abelhas está sendo vendido sem que os pobres insetos sejam recompensados por isso e decide, então, processar a humanidade. O final é previsível e mais açucarado que mel de segunda, mas mesmo assim vale a ida ao cinema, no mínimo porque é o primeiro trabalho de Seinfeld em 9 anos. Que o próximo "silêncio constrangedor" não demore tanto tempo...