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Casa da Mãe Joana

Comédia sobre pilantras tem muitos momentos de vergonha alheia

18.09.2008, às 16H00.
Juro que não é mentira! Eu já tinha começado a escrever esse texto, mas agora há pouco, voltando do almoço, algo muito bizarro aconteceu e que eu acho que tem tudo a ver com esse filme. Quase chegando ao (o)ffice, a Cozinha Omelética, fui abordado na rua por um carequinha guiando o seu Meriva prata. Ele me perguntou se eu falava italiano. No que ouviu a negativa, já começou a parlar

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um "portaliano", dizendo que estava na cidade a trabalho, num evento de moda no Shopping Iguatemi (o mais tradicional de SP), que trabalhava para a Emporio Armani e tinha recebido como gratificação algumas peças que ele queria vender antes de voltar para a Itália, hoje às "ocho". Na boa, quem já me viu na OmeleTV pode até dizer que eu uso lápis no olho (o que não é verdade), mas tem "Trouxa" escrito na minha testa? Esse golpe é mais velho que andar para trás! Agradeci ao convite do careca e saí andando.

O que isso tem a ver com Casa da Mãe Joana? O tal "italiano" da minha história reúne todas as características necessárias para ser um morador do apartamento do Leblon onde convivem harmoniosamente PR (Paulo Betti), Juca (José Wilker) e Montanha (Antonio Pedro Borges): idade avançada, boa aparência e golpista.

Explicando o filme, os três amigos se conheceram há muitos anos, numa noite de porre, e desde então nunca mais se separaram. Alguns se casaram e saíram dali, mas logo voltaram à esbórnia financiada por golpes. Seguindo a tendência atual da glamourização dos filmes de assalto, o filme começa justamente em uma joalheria, onde o grupo dá um golpe de 100 mil dólares. Mas como ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão, o mentor do plano (Pedro Cardoso) passa a perna nos três e vai para o Caribe curtir a grana toda, sem dividi-la com seus parceiros de crime.

Sem dinheiro, os três não têm outra alternativa a não ser trabalhar. PR vira "coroa de programa". Juca é contratado para tomar conta de um velho comendador (Agildo Ribeiro), que sofreu um derrame, mas continua todo fogoso e querendo soltar a franga na noite carioca. Por fim, Montanha retoma sua rotina de escritor sob um falso pseudônimo feminino.

O que vem a seguir é uma sucessão de problemas, que vão de ordem de despejo, filha batendo à porta, mãe fugindo do asilo, alucinações e até traficante na cola dos três. Como diria o locutor da Sessão da Tarde, essa turma da pesada continua aprontando as maiores confusões. E quem for ao cinema deve estar preparado para muitas cenas de vergonha alheia. Principalmente nas seqüências em que Paulo Betti tem que "trabalhar", enfrentando sado-masoquistas, cantoras de ópera e o desesperador sumiço da sua pílula azul.

Sabendo que esse tipo de comédia rasa tem o seu público e que eles vão ao cinema impulsionados por talentos globais buscando apenas minutos de diversão, dispensando "detalhes" como técnica apurada e boas atuações, tenho apenas de dizer que se alguém quiser um terno Armani para ir ao cinema, meu e-mail está lá em cima.

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