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A Marcha dos Pingüins | Crítica

A marcha dos pingüins

12.01.2006, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 21H03

A marcha dos pingüins
La Marche de I´empereur
França, 2005
Documentário - 85 min

Direção: Luc Jaquet

Participações: Charles Berling, Romane Bohringer, Jules Sitruk

Numa comparação exagerada, o veterinário Fernando Gonsales está para os quadrinhos como o biólogo Luc Jacquet está para os documentários. Ambos são formados nas ciências biológicas, mas acabaram ganhando fama como artistas. Se os brasileiros já estão acostumados com as tiras diárias do Níquel Náusea escritas e desenhadas por Gonsales, chegou a hora de conhecer o trabalho do francês, que viu seu primeiro longa-metragem se tornar o segundo documentário mais visto no difícil mercado norte-americano - atrás apenas de Fahrenheit 11 de setembro.

A tal estréia se chama A marcha dos pingüins (La marche de l´empereur, 2005) e mostra a difícil jornada desta esquisita ave que não voa, mas passa boa parte da sua vida nadando. Durante 13 meses Jacquet e sua equipe (o biólogo Jérôme Maison, o chefe das operações Laurent Chalet e, mais tarde, o mergulhador Patrick Marchand) acompanharam os desajeitados passos do pingüim imperador, desde sua saída do mar, caminhando dias e mais dias até o local onde se procria há séculos.

O que poderia ser apenas mais um programa educativo do Discovery Channel foi ganhando ares mais humanos e termina quase um filme de ficção. Apesar de utilizar cenas reais dos animais, o filme se diferencia ao dar voz aos pingüins, que explicam ao espectador, em ótimos textos, o que está acontecendo, literalmente, passo-a-passo. (No Brasil, esta narração fica por conta de Antônio Fagundes e Patrícia Pillar) O que também ajuda a contar a história é a belíssima trilha sonora composta por Émilie Simon. Seu som lembra muito as músicas da Björk e isso não é tão ao acaso. Quem mixou a trilha foi Markus Dravs, conhecido pelo seu trabalho com a islandesa.

A tal marcha do título é, na verdade, uma grande jornada que envolve diversas idas e vindas. Machos e fêmeas se revezam na obrigação de cuidar da sua cria. Enquando o macho fica chocando o ovo, a fêmea corre até o mar para pescar e voltar a tempo de alimentar o filhote e vice-versa. Um atraso ou deslize pode causar a morte do pingüinzinho, seja de fome ou frio.

Se no meio do caminho o filme mostra os conceitos monogâmicos e familiares que tanto encantaram os cristãos norte-americanos, há que se ressaltar também o egoísmo do animal, que chega a atos sinistros como tentar roubar o filhote de outro. Mas a grande graça do filme é combinar tão bem os elementos dramáticos com seqüências emocionantes. A tensão do complexo ballet que é a passagem do ovo da bolsa que existe embaixo da mãe para os cuidados do pai, logo vira gargalhadas quando os pequenos filhotes dão seus primeiros passos, caem e rolam na neve. Nestas partes, você vai ouvir muitos ai que fofo pela sala... vai se acostumando, pois são muitos os momentos deste tipo.

Nota do Crítico
Bom
A Marcha dos Pingüins
La marche de l’empereur
A Marcha dos Pingüins
La marche de l’empereur

Ano: 2005

País: França

Classificação: LIVRE

Duração: 85 min

Direção: Luc Jacquet, Jérôme Maison

Elenco: Morgan Freeman, Charles Berling, Romane Bohringer, Jules Sitruk

Onde assistir:
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