Os Robbins são uma típica família estadunidense do subúrbio, com uma casa de dois andares, carro na garagem, grama verde, uma filha e um cachorro, o Ozzy. O Sr. e a Sra. Robbins são quadrinistas e fazem a HQ de um cachorro que enfrenta as maiores aventuras da galáxia, obviamente inspiradas no cão com nome de roqueiro. O sucesso dos gibis faz com que os Robbins sejam convidados a ir participar de uma comic con no Japão. O único problema é que o cão-protagonista não poderá viajar com o resto da família.
Sem outra alternativa (o vizinho odeia Ozzy!), só resta aos Robbins apelar para um luxuoso hotel para cães. Inicialmente reticentes com a saída, eles vão visitar o lugar e se impressionam com as instalações, que têm restaurante gourmet, spa e todo tipo de tratamento VIP. Os humanos engolem seco o salgado valor da conta e deixam o melhor amigo por lá. Ao virar as costas e rumar ao aeroporto, porém, o hotel de luxo se transforma numa prisão para cachorros e assim começam as tais aventuras do título.
E dentro do espaço fechado, a animação hispano-canadense se perde. Com a possibilidade de criar situações antropomórficas, cria-se um lugar onde cachorros realizam trabalhos escravos, criando brinquedos que serão usados por outros cachorros. Ok, dá para entender o paralelo com as crianças que criam brinquedos que nunca poderão ter, mas quando surgem cães carcereiros, solitárias e até um cão-diretor de presídio, digamos que a ideia foge um pouco do controle.
Mas o problema maior não é a fuga da realidade. É normal ver nas animações estas realidades paralelas e metáforas. O ponto negativo é mesmo a falta de empatia com os personagens. É difícil conseguir se identificar ou se solidarizar com o Ozzy e seus amigos em busca da fuga.
Faltou à animação olhar um pouco mais para desenhos da DreamWorks, BlueSky, Disney e Warner Bros. Animation - veja que não estamos nem falando de Pixar, pois seria covardia. A promessa de viagem para o Japão parecia mais promissora do que a estadia no hotel para cães.