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Coisa de Mulher | Crítica

<i>Coisa de mulher</i>

01.09.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H18

Coisa de mulher
Brasil, 2005
Comédia - 97 min

Direção: Eliana Fonseca
Roteiro: Eliana Fonseca, Cláudia Ventura, Lucília Assis, Suzana Abranches e Carmen Frenzel

Elenco: Evandro Mesquita, Adriane Galisteu, Carmen Frenzel, Cláudia Ventura, Lucília de Assis, Suzana Abranches, Hebe Camargo, Eliana Fonseca, Cacá Amaral, Daniel Boaventura, Gustavo Ottoni, Marcelo Cavalcanti, Viétia Zangrandi, Alexandre Monteiro, Renata Fronzi

Coisa de mulher (de Eliana Fonseca, 2005) começa com um alerta: SBT Filmes Apresenta. Cedo ou tarde isso ia acontecer. Quando transpôs a estética de suas comédias e melodramas para o cinema da "retomada", a Rede Globo inaugurou, já com resultados duvidosos, um modelo de produção rentável o suficiente para que certos desdobramentos perversos dessa tendência pudessem encontrar seu lugar na fila dos incentivos fiscais. Coisa de mulher é a personificação dessa ameaça e um mau sinal do que está por vir.

O primeiro indício do desastre é a própria sinopse. O filme conta a história de Murilo, um jornalista fracassado dono de uma coluna sentimental numa revista de moda. Murilo usa o pseudônimo de Cassandra, mas sua falta de intimidade com o chamado universo feminino faz com que a editora da revista dê a ele um ultimato. Ao mesmo tempo, Murilo se muda para o Edifício Atenas, onde vai se envolver com cinco moradoras, gravar suas conversas e transformar a coluna em um sucesso estrondoso. A premissa ruim é agravada pela absoluta falta de criatividade do roteiro, pelas atuações sofríveis e por uma previsibilidade que transforma o espectador praticamente num médium.

As mulheres são vividas pela turma do Grelo Falante, grupo que fez uma breve aparição televisiva na série Garotas do programa. A idéia, parece, é combinar o estilo consagrado por Sex and the city - mulheres maduras falando de sexo - com o besteirol de A praça é nossa e similares. O resultado é uma combinação do que há de pior nos dois modelos. E numa jogada de marketing sensacional, a quinta moradora do Atenas é vivida por Adriane Galisteu. Dizer que Galisteu é má atriz é uma ofensa à categoria. Pelo visto, ela passou por um curso rápido de atuação, possivelmente do Instituto Universal Brasileiro, e seu papel no filme é constrangedor.

Já a classificação de "comédia sobre o universo feminino" constitui uma dupla mentira. Coisa de mulher não é comédia porque não tem a menor graça. Quanto ao "universo feminino", este permanece insondável e misterioso. No lugar, foram colocados estereótipos ruins de mulheres neuróticas, ninfomaníacas e modernas. O filme é isso: piadas com adultério, lésbicas e orgasmos múltiplos que não chegam a lugar algum. Em determinado momento, a personagem que representa o estereótipo "interiorana ingênua que descobre a cidade grande" inventa um super-vibrador chamado Ricardo III. Vale lembrar que, assim como o filme, Ricardo III era manco, corcunda e deformado.

Para quem agüentar até o final sem pedir água, Hebe Camargo faz uma aparição relâmpago. SBT Filmes é isso aí. Leve um bom livro.

Nota do Crítico
Ruim
Coisa de Mulher
Coisa de Mulher
Coisa de Mulher
Coisa de Mulher

Ano: 2005

País: Brasil

Classificação: 14 anos

Duração: 97 min

Elenco: Evandro Mesquita, Adriane Galisteu

Onde assistir:
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