Paul Schrader, conhecido roteirista dos clássicos de Scorsese Taxi Driver, Touro Indomável e A Última Tentação de Cristo, retorna em Cães Selvagens (Dog Eat Dog) à cadeira de diretor. E neste, que é seu décimo primeiro longa na função, prova que, aos 70 anos, está mais selvagem que nunca.
Baseado no romance homônimo de 1995, escrito por Edward Bunker (um ex-presidiário), Cães Selvagens acompanha Troy (Nicolas Cage), Mad Dog (Willem Dafoe), e Diesel (Christopher Matthew Cook), três criminosos recém-saídos da prisão em busca do mítico "último trabalho". Algo que eles possam executar para se aposentarem.
Surge então o mafioso O Grego (participação especial do próprio Paul Schrader) com o golpe ideal: o sequestro do bebê de um rival. "Essas coisas nunca dão certo", comenta Diesel, reforçando a certeza do público sobre esse tipo de filme. Mas o trio não se importa e decide seguir adiante.
Dafoe está maravilhoso como Mad Dog, um drogado psicopata obcecado pelo personagem de Nicolas Cage. Quase tanto quanto Schrader é com o ator, explorando em close-ups, lentes e filtros cada reentrância bizarra do corpo de Dafoe. Já Cage vive uma versão sinistra de Humphrey Bogart, como se Casablanca não se passasse em um bar de gin, mas em um bar grudento de topless.
Em Cães Selvagens, Schrader flerta com a violência de maneira caricatural da primeira à última cena. Há tiros e sangue pra todo lado, além de neon, supersaturação de cores e uma câmera enlouquecida, que parece correr o tempo todo atrás dos protagonistas. O diretor nunca esteve tão anárquico e à vontade com isso.
Ano: 2016
País: EUA
Classificação: 16 anos
Duração: 92 min