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Eu, Você e Todos Nós | Crítica

Eu, Você e Todos Nós

15.06.2006, às 00H00.
Atualizada em 15.11.2016, ÀS 09H05

Eu, Você e Todos Nós
Me And You And Everyone we Know
EUA, 2005
Drama - 90 min

Direção e roteiro: Miranda July

Elenco: John Hawkes, Miranda July, Miles Thompson, Brandon Ratcliff, Carlie Westerman, Hector Elias, Brad William Henke, Natasha Slayton, Najarra Townsend, Tracy Wright, JoNell Kennedy, Ellen Geer

Tarefa difícil esta de criticar Eu, você e todos nós (Me and You and Everyone We Know, 2005), a estréia da artista plástica Miranda July no cinema.

Como transmitir as sensações, as urgências que o filme tão competentemente desperta ao final de sua projeção? Como explicar a sensibilidade artística de uma nova e empolgante cineasta, dona de uma visão extremamente particular e verdadeira sobre a vida? Como sequer falar do longa sem arruinar com palavras as cuidadosas e maravilhosas surpresas que o filme esconde?

Tarefa difícil, sem dúvida. Mas nem um pouco ingrata.

A vídeo-artista Miranda July, conhecida também por suas instalações e apresentações performáticas, já deixou sua marca em museus de arte moderna pelos Estados Unidos. Agora chega à sétima arte com um filme independente arrebatador. Criadora escolada, ela sabe como sugerir situações sem efetivamente explicá-las. Cabe ao espectador extrair suas próprias idéias a respeito do que viu. Dessa forma, os 90 minutos da duração da fita se transformam em dias, com a história e suas situações ecoando na digestão contemplativa e solitária que July exige do público.

Para o tema de sua delicada estréia cinematográfica a artista escolheu as relações humanas numa época solitária em que o digital e o artificial interferem em nome da praticidade.

A história acompanha Richard (John Hawkes, excelente), um homem em processo de divórcio tentando minimizar o impacto da separação para seus filhos e ele próprio. Ele ainda ama sua ex-mulher, com quem divide a custódia de seus dois filhos, o adolescente Peter (Miles Thompson) e o menino de seis anos Robby (Brandon Ratcliff, um achado). A outra protagonista é Christine (a própria Miranda July), uma artista plástica tentando ser notada na profissão enquanto tenta encontrar um amor. Miranda e Richard se encontram e há química entre eles, mas ambos não estão na mesma sintonia em termos de momento de vida. Barreiras surgem e devem ser derrubadas.

Mas o filme não se limita à dupla principal. Todo o excepcional elenco é importantíssimo para as pequenas - porém significativas e poéticas - cenas que registram momentos às vezes até banais, mas que fazem enorme sentido quando enfileirados. Elas representam diversas matizes do relacionamento humano de forma bastante otimista e descontraída, deixando um agridoce sabor residual ao final.

Todavia, para desfrutar plenamente de tal obra, vale a mensagem extraída do próprio filme. Em determinado momento, Richard diz "eu estou pronto para que algo extraordinário me aconteça". Pois esteja pronto para que Eu, você e todos nós te aconteça.

))<>((

Nota do Crítico
Ótimo
Eu, Você e Todos Nós
Me and You and Everyone We Know
Eu, Você e Todos Nós
Me and You and Everyone We Know

Ano: 2005

País: EUA, Inglaterra

Classificação: 16 anos

Duração: 90 min

Onde assistir:
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