Fantasma e CIA diverte por saber lidar com suas mudanças de tom

Créditos da imagem: Divulgação

Filmes

Crítica

Fantasma e CIA diverte por saber lidar com suas mudanças de tom

Comédia de Christopher Landon traz David Harbour interpretando fantasma mudo perdido no mundo dos vivos

Omelete
2 min de leitura
04.03.2023, às 17H28.
Atualizada em 04.03.2023, ÀS 17H39

Uma família se muda para uma casa abandonada e, já no primeiro dia, o adolescente Kevin (Jahi Di’Allo Winston) encontra um fantasma. Já no encontro, Fantasma e CIA rechaça qualquer esperança que o público teria de ser um filme que se leva a sério demais (mal que acomete boa parte do cinema pipocão americano na atualidade). Enquanto o fantasma, Ernst (David Harbour), tenta assustar o menino, ele cai na gargalhada e começa a filmar o que está diante de seus olhos. Desse primeiro encontro em diante, Fantasmas e Cia lida de forma bem humorada com a história de uma alma penada que busca sua redenção enquanto o mundo tenta compreender sua existência.

Por mais bobo que seja, o filme de Christopher Landon (A Morte Te Dá Parabéns) tem alguns pontos bem interessantes que engrandecem a experiência. O fato de, a priori, a obra se assumir como uma comédia descompromissada é bastante positivo. Entretanto, Landon quer sim explorar outros gêneros, o que faz com que o longa calmamente transite entre aventura, ação e até mesmo terror. O mais interessante do passeio por esses gêneros é que ele ocorre sempre de maneira natural, de acordo com as necessidades da trama.

Conforme novos elementos são adicionados à história, Landon entende a necessidade de escalar e trazer novos estímulos. Assim, o filme leva personagens a tomar decisões importantes, que os levam para novos cenários e espaços e, com isso, chega-se aos novos gêneros. Não é lá uma obra multifacetada como este texto pode fazer parecer, mas sim um longa que consegue transitar entre tons de forma fluida e mantendo seus pilares narrativos intactos. Não há uma mudança brusca que quebre o ritmo da narrativa.

Por outro lado, é também nessas mudanças de gênero que a obra perde sua inocência e começa a se tornar um pouco pretensioso demais para o seu próprio bem. O esforço para criar um grande drama no clímax extirpa a aura descompromissada de outrora e, com isso, logo Fantasmas e Cia deixa de ser o Sessão da Tarde divertido para projetar grandiosidade demais nos caminhos de seus personagens. Ainda assim, um filme que tenta, em termos de gênero, mais do que se espera de produções originais Netflix e, principalmente, de comédias, visto o cenário atual da indústria em sua incessante e entediante busca por hiper-realismo.

 

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