O romance teen é um dos filões mais rentáveis de Hollywood no momento. Por não ter que usar efeitos especiais, geralmente custam pouco. O roteiro é simples e o fim, previsível: "eles viveram felizes para sempre". Ah, pra terminar, este tipo de filme tem alvo fácil e ativo: os casais (os que já existem e os que estão em processo de formação - nada como levar a "vítima" pro escurinho, né&qt&).
Mas se é um jogo de cartas marcadas, por que Gostosa Loucura (Crazy/Beatiful, EUA 2001) merece atenção? Pelos atores. São em geral jovens e/ou desconhecidos, mas que atuam de forma muito convincente. A principal estrela é Kirsten Dunst, a futura Mary Jane Watson no filme do Homem-Aranha.
Nicole Oakley (Dunst) é filha de um congressista americano. Ela se apaixona pelo colega Carlos Nuñez (Jay Hernandez), um descendente de mexicanos que dá um duro para se formar numa escola boa e conseguir um destino melhor que os seus amigos de infância e vizinhos latinos. Enquanto ele é todo certinho e tem a vida planejada, ela é uma perdida, que vive chapada de drogas ou bebida. O drama a seguir é: quem vai se sobrepor? Ela vai desvirtuá-lo ou ele vai endireitá-la?
Agenda de adolescente
Em vários momentos parece que a trama vai se tornar mais densa e que novos problemas se somarão aos já infinitos traumas normais de uma adolescência, mas não. A história é essa e muito pouco mudará. Pelo menos até o desfecho, que surge abruptamente e coloca todos os pontos nos "i"s, tal qual acontece com o último capítulo de uma novela da Globo.
Junto com os letreiros finais, destacam-se os outros diferenciais da fita: o design e as músicas. Nicole tem como hobby a fotografia. Em sua agenda (ou diário se preferir), ela faz colagem de várias imagens, com cortes e desenhos muito bonitos. É trabalho pra teen algum botar defeito. Sobre a música, a lista é grande e bem diferenciada. Vai do rap latino que aparece nas "cenas solo" de Carlos ao pop melancólico que embala as viagens de Nicole e sua amiga Maddy, passando pelo rock alegre das suas bebedeiras.
Sem cometer grandes loucuras, o filme deve agradar a maioria dos casais que forem ao cinema. Ah, os fãs do aracnídeo também sairão das salas com um sorriso no rosto. A atuação de Kirsten Dunst é um sinal de tranqüilidade para o projeto do cabeça de teia. Ela prova que tem a sensualidade peculiar da Mary Jane e aquele charme que deixa qualquer um caindo de quatro.
Ano: 2001
País: EUA
Classificação: 14 anos
Duração: 95 min