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Crítica

Guerra Mundial Z | Crítica

Brad Pitt faz a guerra de um homem só, com muita correria e pouca "mordida"

27.06.2013, às 20H31.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Para um filme que foi reescrito depois das filmagens em 2011, teve todo seu terceiro ato refilmado em 2012, e ao custo de estimados US$ 200 milhões acabou virando o mais caro - e menos sanguinolento, para pegar censura 13 anos nos EUA (e 12 no Brasil) - filme de horror de todos os tempos, até que Guerra Mundial Z (World War Z) funciona, surpreendentemente.

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A adaptação ao cinema do livro homônimo de Max Brooks (também autor de Guia de Sobrevivência a Zumbis) evita o formato de história oral - no livro, um jornalista refaz a trajetória da guerra contra os zumbis com depoimentos de pessoas ao redor do mundo afetadas pelo conflito. É bem possível que um relato distanciado com vários personagens deixasse Guerra Mundial Z bem parecido com Contágio (o filme de Steven Soderbergh é basicamente a mesma hecatombe epidêmica global, mas sem o canibalismo), e a própria presença de Brad Pitt num elenco sem outros nomes famosos acaba tornando Guerra Mundial Z, o filme, uma guerra de um homem só.

A trama então pega do livro só a premissa e algumas ideias (como o muro de Israel), e inventa uma subtrama para ancorar tudo e aproximar emocionalmente o espectador: o personagem de Pitt, Gerry Lane, ex-investigador das Nações Unidas habituado a conflitos ao redor do mundo, é incumbido de descobrir como conter a infestação, e enquanto Gerry puder ajudar, sua família estará a salvo no porta-aviões com o que restou do comando dos Estados Unidos.

Os meses de incerteza na produção - e o prazo de entrega automaticamente estendido - podem ter favorecido a equipe de efeitos visuais. Nos primeiros trailers, as multidões de zumbis criadas em computação gráfica pareciam borrachentas e irreais; já no filme finalizado, os efeitos são mais convincentes, embora muita gente ainda estranhe o vigor dos zumbis corredores de Guerra Mundial Z, muito mais próximos dos contaminados com raiva de Extermínio do que dos decrépitos mortos-vivos que a cultura pop consagrou ao longo do século 20.

As ondas de zumbis dão conta do senso de ameaça que acompanha o filme até o fim, e ambientes escuros e luzes vermelhas dão o tom de horror. Ainda assim, por conta da exigência da classificação etária mais abrangente, Guerra Mundial Z é estranhamente higienizado. A câmera evita enquadrar ações de impacto, como uma mão decepada ou um pé-de-cabra preso na cabeça de um zumbi - tudo isso é sugerido no extracampo - e mesmo as mordidas da peste canibal, a base de todo esse gênero, aqui não causam mais do que alguns machucados.

Na falta de mais sangue na ação corpo-a-corpo, o diretor Marc Forster tenta compensar com a correria. Ele traz ao horror de zumbis a dinâmica e a estética de jogos de tiro e dos filmes de guerra atuais, como se Guerra Mundial Z fosse uma mistura apocalíptica de Call of Duty e Zona Verde, com muita câmera na mão, ação com táticas militares e flerte com o famigerado realismo (ninguém no filme vira atirador de elite da noite para o dia, por exemplo).

Pode não ser o melhor filme de zumbis de todos os tempos, mas pelo menos tenta trazer ao desgastado gênero alguma novidade, não só no formato mas também nas interpretações (superpopulação, aquecimento global etc.). E os remendos no roteiro de fato consertam o final.

Guerra Mundial Z | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
Guerra Mundial Z
World War Z
Guerra Mundial Z
World War Z

Ano: 2012

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 119 min

Direção: Marc Forster

Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos, James Badge Dale, Elyes Gabel, David Andrews, Abigail Hargrove, Daniella Kertesz, Ludi Boeken, Matthew Fox, Fana Mokoena, David Morse, Peter Capaldi, Moritz Bleibtreu, Fabrizio Zacharee Guido, Ruth Negga, Pierfrancesco Favino, Konstantin Khabenskiy

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