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Crítica

High-Rise | Crítica

Clássico romance de futuro distópico encontra adaptação à altura em filme com Tom Hiddleston

14.09.2015, às 18H38.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Em High-Rise, o cultuado diretor britânico Ben Wheatley adapta o romance distópico de J.G. Ballard ao lado de sua esposa e colaboradora, Amy Jump que escreveu o roteiro.

No filme, uma torre de condomínio gigantesca, com direito a escola e mercado, é desenhada para se isolar do mundo exterior. Mas brigas entre vizinhos e falhas de manutenção criam uma escalada de violência... E os habitantes do arranha-céu se dividem em classes (com base nos andares de baixo, do meio e do alto) e entram em guerra.

Empregando visual setentista (o livro é de 1975), Wheatley mantém a ambientação da era pré-Thatcher alternativa intocada. A tecnologia pode ser ultrapassada hoje, mas sua dependência dela é a mesma do nosso tempo. A opção de não modernizar deixa a história estranhamente mais contemporânea.

Prova, claro, da força do material, em que Ballard foi presciente da nossa incapacidade de viver sem as ferramentas que construímos. A estrutura da sociedade da torre, afinal, segue tranquila e resignada até que o elevador quebra. Logo depois, vão-se a energia, a água, o saneamento e abastecimento. Imediatamente as máscaras sociais começam a cair e o caos se instala.

O elenco reunido por Wheatley é excepcional. Tom Hiddleston (o Loki da Marvel) vive o novo morador do prédio, a quem o excêntrico desfile de habitantes é apresentado. Abaixo dele está Wilder (Luke Evans), um pai de família e documentarista. Lá do alto, o Arquiteto (Jeremy Irons), crê que controla tudo. Todos parecem agir por seus impulsos, atuando em filmes só seus, de certa maneira completamente alheios ao problema - como deveria ser.

Wheatley não economiza no sexo, violência, sarcasmo ou na surpreendente diversão. Com seus choques mantidos, High-Rise pode ser um filme difícil - suas sessões são notórias pelas pessoas que saem no meio - mas é um retrato de uma realidade muito mais próxima e assustadora do que zumbis, terremotos ou invasões alienígenas. O verdadeiro cinema catástrofe é aquele que ninguém quer ver.

Nota do Crítico
Excelente!
High-Rise
High-Rise
High-Rise
High-Rise

Autor: J.G. Ballard (livro), Amy Jump

Ano: 2014

País: Inglaterra

Duração: 112 minutos min

Onde assistir:
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