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"Quem desdenha quer comprar". Esse dito popular se encaixa, por inúmeras e variadas vezes, na relação que mantêm os franceses, de ódio à cultura americana - que dizem ser pobre, colonizadora, calcada no poder do dinheiro e da massificação fácil.
Cito o ditado acima porque, na Europa, talvez quem faça o cinema mais parecido com os norte-americanos sejam os franceses - obviamente, uma parte dos realizadores. É o caso desse Agentes Secretos, com trama detetivesca, no melhor estilo, velocidade, exibicionismo e tudo mais, yankee.
Um filme caro, com efeitos especiais que fazem com que câmeras viajem desde a estratosfera, até o momento em que atravessam um rosto, de um ser sentado num prosaico banco. Trama cheia de subentendidos, minúcias e enganos. As cenas são montadas para imprimir ritmo ágil e alucinante, passando por boa parte da história com raríssimos takes com mais de 5 segundos de duração.
Há o momento de luta marcial e a apresentação de belas mulheres - cuidado.
Talvez o grande diferencial em relação às fitas norte-americanas - um modo mais francês de ser - resida na falta de humor dos personagens. Tudo é muito sério.
Até a música de encerramento evidencia essa verdadeira manifestação de camuflada admiração. É um filme caro. E só!
Cid Nader é editor do cinequanon.art.br
Ano: 2004
País: França
Classificação: 14 anos
Duração: 109 min