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Meu Irmão Quer se Matar | Crítica

Meu irmão quer se matar

07.09.2006, às 00H00.
Atualizada em 09.11.2016, ÀS 12H04

Meu irmão quer se matar
Wilbur Wants to Kill Himself
EUA, 2003
Drama - 105 min

Direção: Lone Scherfig
Roteiro: Lone Scherfig, Anders Thomas Jensen


Elenco: Jamie Sives, Adrian Rawlins, Shirley Henderson, Lisa McKinlay, Mads Mikkelsen, Julia Davis

A diretora dinamarquesa Lone Scherfig entrou para a história do cinema quando seu filme Italiano para iniciantes (2000) foi um dos primeiros a levar o selo Dogma 95, movimento dinamarquês de regras rígidas que extirpa da nona arte recursos técnicos que potencializam a ilusão do cinema e, de acordo com o manifesto, massificam a produção da arte, enganando a audiência.

Dois anos depois de colher os louros da missão cumprida dentro do voto de castidade dogmático, Scherfig dirigiu Meu irmão quer se matar (Wilbur wants to kill himself, 2002). O novo filme engaveta a rigidez da produção anterior, mas mantém algumas das lições aprendidas. Ganha, principalmente, a estética.

A história segue a simplicidade associada ao Dogma 95: um homem comum, dono de livraria em dificuldades financeiras, tem que lidar com as tendências suicidas de Wilbur, seu irmão. Em meio às idas e vindas ao grupo de apoio a suicidas no hospital local, ele se apaixona por uma frequentadora de sua loja.

Os acontecimentos são naturais e, apesar de dramáticos - estamos lidando com a morte -, não desprovidos de humor. Bastante sutil, é verdade, mas ele existe em pequenos detalhes. Como as desventuras amorosas do charmoso Wilbur, que em certo momento tenta encontrar nas mulheres uma razão para viver.

Toda a carga dramática repousa sobre os ombros dos carismáticos protagonistas: Adrian Rawlins (Harbour, o irmão mais velho), Jamie Sives (Wilbur) e Shirley Henderson (a "Murta-Que-Geme" de Harry Potter, que vive Alice, a freguesa). Os três fazem um trabalho contido e carregado de interesse pelos personagens.

Mas talvez o ponto mais interessante de Meu irmão quer se matar seja a maneira como Scherfig explora o relacionamento dos três e da filha de Alice, Mary (Lisa McKinlay), que formam uma curiosa jovem família. Ela é absolutamente imparcial e deixa nas mãos do público a interpretação dos fatos e o entendimento dos personagens, algo louvável numa época em que os bombásticos eventos do cinema atual pedem uma reação quase imediata dos espectadores, geralmente guiada pela mão do diretor. Eis a imparcialidade aprendida com o Dogma 95, mas sem a rigidez técnica do movimento.

O resultado é sereno, sem grandes lágrimas ou alegrias, apesar do tema. Um filme que não despertará paixões, tampouco detratores ferozes.

Nota do Crítico
Bom
Meu irmão quer se matar
Wilbur Wants to Kill Himself
Meu irmão quer se matar
Wilbur Wants to Kill Himself

Ano: 2002

País: Dinamarca, Reino Unido, Suíça, França

Classificação: 14 anos

Duração: 109 min

Onde assistir:
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