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Crítica

O Revolver Amado | Crítica

Mostra de Cinema: <i>O revolver amado</i>

22.10.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H17

O revólver amado
The Loved Gun
Japão, 2004
Drama - 111 min.

Direção e roteiro: Kensaku Watanabe

Elenco: Masatoshi Nagase, Aoi Miyazaki, Hirofumi Arai, Ittoku Kishibe, Hironobu Nomura

Na ética e ideologia dos samurais, a espada é o espelho de sua alma. No mundo atual imaginado pelo diretor e roteirista Kensaku Watanabe em seu O revólver amado (The loved gun, 2004), o equivalente é o revólver utilizado pelos matadores de aluguel, cuja extensão vai até a bala disparada. Segundo conta o experiente Maruyama (Ittoku Kishibe) "a bala muda de cor de acordo com a emoção do atirador. Se ele não tiver emoções, a bala mantém sua cor metálica natural. Um homem triste atira azul. Um vingativo, preto", e assim por diante.

Maruyama já está velho e doente, pronto para se aposentar, mas recebe um último trabalho: matar Katsushi Hayamada (Masatoshi Nagase). À tira-colo, terá que levar o jovem e indisciplinado Taneda (Hirofumi Arai), que não tem respeito algum pelos mais velhos, ou seja, ainda tem muito o que aprender.

A história é contada de forma não linear e só depois de um tempo ficamos sabendo que Hayamada foi não apenas discípulo, mas também um filho adotivo que o velho assassino decidiu criar depois que o menino ficou órfão de pai e mãe. Quem está em sitação parecida é a quarta e última personagem da trama, Miyuki Komoro (Aoi Miyazaki). O pai da menina matou sua esposa e, logo em seguida, se suicidou.

A solidão dos dois é simbolizada pelo batismo de seus bens mais queridos. A scooter de Miyuki é batizada Bobby e o revólver de Hayamada se chama Akira. A ligação entre os dois surge quando ele tentar roubar a motinho da menina e ameaça matá-la. Porém, atordoado por ter batido o carro horas antes, ele acaba desmaiando e é levado para o hospital por ela. Mais tarde, seus caminhos voltam a se cruzar e ela acaba contratando-o para matar uma pessoa.

Mondo bizarro

Este é o terceiro filme de Watanabe, o segundo dele na direção. Sua estréia, Pupu no monogatari (1998), foi exibida aqui no Brasil na 23ª Mostra de Cinema de São Paulo. Este novo filme mantém as cores fortes do anterior. Os cenários vão de um lindo campo de flores a uma sombria floresta. Mas quem está acostumado com o cinema poético dos chineses e coreanos que pintam por aqui de vez em quando é bom ir preparado para dar de cara também com algumas bizarrices do tipo engolir balas e vomitá-las em momentos de extrema necessidade, ou uma hilária seqüência em que pessoas dão cambalhotas no ar antes de caírem mortas, bem no estilão Jaspion.

O ritmo pode ser um grande problema para muitos, pois há diversas cenas em que o silêncio predomina e nada acontece na tela por vários segundos, bem diferente dos filmes hollywoodianos em que cada quadro é utilizado para uma nova explosão. O revólver amado é uma história sobre os meio tons que existem entre amor e ódio, vida e morte, novo e velho. Nada "cabeça" demais. Apenas um filme de busca pela verdade, redenção e uma nova chance de viver.

Nota do Crítico
Bom
O Revólver Amado
Rabudo Gan
O Revólver Amado
Rabudo Gan

Ano: 2004

País: Japão

Classificação: LIVRE

Onde assistir:
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