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Princesas | Crítica

Princesas - 30a. Mostra Internacional de Cinema

22.09.2006, às 00H00.
Atualizada em 10.11.2016, ÀS 18H07

Princesas
Princesas
Espanha, 2005
Drama - 113 min

Direção e roteiro: Fernando Léon de Aranoa

Elenco: Candela Peña, Micaela Nevárez, Mariana Cordero, Llum Barrera, Violeta Pérez, Monica Van Campen, Flora Àlvarez, María Ballesteros, Luis Callejo, Alejandra Llorente

Princesas (Princesas, 2005) é um filme feito com coração sobre uma amizade entre duas prostitutas. O diretor espanhol Fernando Léon de Aranoa confirma sua habilidade de converter assuntos marginais em cinema comprometido com o social - um estilo inspirado no cineasta Ken Loach. Da mesma forma que seus dois filmes anteriores, Aranoa não estrutura seu longa no formato convencional e, desta forma, consegue realizar uma abordagem mais autêntica do assunto.

Na trama, Caye vem de uma família de classe média espanhola que ignora a sua vida como prostituta. Ela está nessa profissão temporariamente, enquanto arrecada dinheiro para fazer um implante de silicone nos seios. Quando estiver mais voluptuosa, imagina ela, talvez consiga o amor de sua vida. Ela e outras profissionais do sexo passam o tempo em um salão de cabeleireiro reclamando das colegas imigrantes, que cobram barato e roubam seus clientes. Uma dessas estrangeiras é Zulema, dominicana que usa o dinheiro conseguido nas ruas para sustentar o filho, que continua em sua terra natal. Um dia, Caye encontra Zulema espancada e a leva ao hospital. A partir desse encontro nasce uma amizade.

Conforme a trama se desenvolve descobrimos que as duas têm esperanças de um futuro melhor. Essa expectativa contrasta com uma realidade dolorosa, cheia de humilhações, abusos físicos e doenças. Ao conhecer Manuel (Luis Callejo), um técnico de computadores, Caye enxerga a possibilidade de ter uma vida normal. Já Zulema sonha em conseguir uma permissão para deixar de ser clandestina. Para isso é obrigada a aturar um funcionário do governo (Antonio Duran).

Acertadamente, o cineasta espanhol não explora a decadência. Prefere deixar que ela surja espontaneamente, através do estilo de vida das protagonistas. Mas Aranoa tem uma visão otimista da realidade. Para ele, essas princesas continuam jovens em seus corações. E enquanto aguardam o príncipe que nunca aparecerá montado no seu cavalo branco, elas dependem uma da outra para alimentar seus sonhos. Esse tom de realismo é sustentado pelas ótimas atuações de Candela Pena (Tudo sobre a minha mãe) e Micaela Nevarez, nos papéis de Caye e Zulema.

O roteiro foi escrito pelo próprio Aranoa e seu tem como único ponto fraco sua incapacidade de solucionar todas as questões levantadas. Um exemplo é a falta de explicação dos motivos que levaram Caye, uma mulher de classe média e de família estruturada, à prostituição. Fica difícil de acreditar por que ela escolheu viver dessa maneira. Um outro equivoco é a longa duração da projeção. Mas em linhas gerais, o filme cumpre a sua proposta, e faz tudo isso embalado pela guitarra de Manu Chao, que assina a trilha sonora.

Nota do Crítico
Ótimo
Princesas
Princesas
Princesas
Princesas

Ano: 2005

País: Espanha

Classificação: 14 anos

Duração: 113 min

Direção: Fernando León de Aranoa

Elenco: Candela Peña, Micaela Nevárez, Mariana Cordero, Llum Barrera, Violeta Pérez, Mònica Van Campen, Flora Álvarez, María Ballesteros, Alejandra Llorente, Luis Callejo, Antonio Durán 'Morris', Pere Arquillué, Pepa Aniorte, Alberto Ferreiro, Enrique Villén

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