Uma ilha deserta, um farol e um casal apaixonado. Tom Sherbourne (Michael Fassbender) e Isabel Graysmark (Alicia Vikander) viviam as alegrias de uma história de amor perfeita até que dois abortos espontâneos destruíram a promessa de felicidade eterna do casal. Como intervenção divina, no entanto, uma solução chega pelo mar.
A Luz Entre Oceanos é um típico dramalhão, mas estruturado com delicadeza pelo diretor e roteirista Derek Cianfrance (que adaptou o romance de M.L. Stedman). Ancorado na qualidade dos seus atores, o cineasta sabe transitar pelos exageros e desencontros que impulsionam a narrativa sobre o casal que encontra um bebê em um barquinho e decide criá-lo como se fosse seu.
Ainda assim, com seus tons pastéis e aura romântica, o filme não deixa de ter uma cara de novela das seis. O apelo dramático, com o casal que comete um erro por amor e a mulher que perde o marido e o filho (vivida com profundidade por Rachel Weisz), se mantém dentro dos limites do folhetim. Há também uma fragilidade no conflito principal - contar ou não contar para mãe que a criança não morreu naquele barco? Digna de empatia, a questão se arrasta por 2h13min para chegar em uma conclusão doce, mas previsível.
Falta em A Luz Entre Oceanos uma força para navegar além da costa, para ir além do melodrama. Cianfrance acerta o tom ao evitar transformar o roteiro em um “Casos de Família”, mas não explora suficiente seus personagens para que eles existam além do sofrimento. É um filme que deve falar mais alto aos românticos incorrigíveis, e àqueles que compreendam as dores em relação à maternidade - e há também quem se interesse apenas por ver como nasceu em cena o romance entre Fassbender e Vikander em cenas de amor delicadas, porém vigorosas.
Ano: 2016
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 130 min
Direção: Derek Cianfrance
Roteiro: Derek Cianfrance
Elenco: Michael Fassbender, Alicia Vikander, Rachel Weisz