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Crítica

Toni Erdmann | Crítica

Comédia dramática alemã encontra ternura e loucura na relação entre pai e filha

10.02.2017, às 15H48.
Atualizada em 29.06.2017, ÀS 13H20

Fria e prática, Ines (Sandra Hüller) não encontrava conforto no ambiente familiar. A vida adulta a levou para longe, trocando a Alemanha pela Romênia para construir sua carreira em uma Bucareste dividida entre ricos e pobres. No caminho da sua ambição está o pai, Winfried (Peter Simonischek), um excêntrico pianista que surge na cidade sem aviso.

Na história de duas personalidades opostas, a diretora e roteirista Maren Ade encontra ternura. A solidão é o ponto em comum entre o dois e são os esforços esdrúxulos do pai - que assume diversas personalidades para se conectar com a filha, incluindo a do bizarro Toni Erdmann - que permitem com que Ines comece a questionar a tristeza a que estava habituada.

Premiado em Cannes pela crítica, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e com um remake hollywoodiano encaminhado (que será estrelado por Jack Nicholson; saiba mais), o sucesso de Toni Erdmann se deve a falta de pudor com que Ade trabalha a relação dos seus personagens. As situações são constrangedoras, por vezes beiram o grotesco, mas não deixam de ser verossímeis. Para entender Ines, Ade a observa com calma, deixa a câmera concentrada no seu objeto de estudo, que aos poucos vai entendendo a sua falta de encaixe com o mundo.

Tempo - o longa tem quase três horas de duração - e ousadia que não devem fazer parte da versão americana do filme. O mais provável é que a verdade carregada por Toni Erdmann seja diluída de forma a não chocar ninguém com a naturalidade que encara as esquisitices humanas. E é justamente aí que reside a graça que faz com que o drama da situação ganhe contornos de comédia. Ade vê o ridículo dos protocolos sociais e os escancara para confrontar sua protagonista e o espectador.

Sincero na sua direção e atuações, Toni Erdmann é um sorriso feio, mas autêntico. Apresenta o bom humor como remédio para a loucura silenciosa que é aceita como realidade e pergunta na cara o que ninguém quer ouvir: você é feliz?

Nota do Crítico
Ótimo
Toni Erdmann
Toni Erdmann
Toni Erdmann
Toni Erdmann

Ano: 2016

País: Alemanha

Classificação: 16 anos

Duração: 162 min

Direção: Maren Ade

Roteiro: Maren Ade

Elenco: Michael Wittenborn

Onde assistir:
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