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Entrevista

Sem vergonha de ser fantasia: Elenco de D&D descreve tom da nova adaptação

Apesar de engraçado, Chris Pine e Regé-Jean Page exaltam coração por trás da história de Honra Entre Rebeldes

Omelete
3 min de leitura
04.04.2023, às 14H44.

Encarar a fantasia como um gênero nichado já não faz sentido há algumas décadas. Desde o sucesso de franquias como O Senhor dos Anéis e Harry Potter no início dos anos 2000, a combinação de elementos mágicos, criaturas extravagantes e conflitos épicos deixou de ser tratada pelos grandes estúdios como “coisa de criança” — no pior sentido da expressão —, ganhando não só mais peso dramático, como também nuance. É claro que, com o passar dos anos, o gênero vai também se reinventando, adicionando mais humor, cor e, por que não, ficando mais autorreferente e consciente da suspensão de descrença que exige dos seus espectadores. Mas, mesmo com o vai-e-vem de tendências, a paixão pela fantasia se manteve — e a nova tentativa de adaptar Dungeons & Dragons para as telonas é uma das provas disso.

É evidente que, se tratando de um RPG tão adorado, a primeira reação dos fãs é a desconfiança e, convenhamos, não é como se o fandom não tivesse motivo. Na mesma época em que as jornadas de Frodo e Harry ganhavam o respeito do público e da indústria, o lançamento de Dungeons & Dragons - A Aventura Começa Agora frustrava ao, digamos, não fazer uma representação à altura da imaginação dos jogadores. Por isso, não é de se surpreender que o próprio elenco de Honra Entre Heróis tenha visto esta adaptação primeiro com o pé atrás.

“Recebi o roteiro com receio. ‘Um filme de Dungeons & Dragons… Como vai ser isso?’”, admitiu Regé-Jean Page, que interpreta o paladino Xenk no novo filme. “Mas, no final, pensei ‘não, isso é ótimo!’. Essa história tem tanto coração, são tantas jornadas humanas. E é hilário, sem se menosprezar. É esperto e engraçado em um mundo onde tudo tem um peso real”.

Este tom bem-humorado, mas nem por isso satírico em relação ao gênero foi elogiado por todos os atores também. Comparando o novo D&D com uma mistura de A Princesa Prometida, Monty Python e Game of Thrones, Chris Pine descreveu o longa como uma história “sincera e profunda”. “Me lembra os filmes que eu cresci assistindo. Não tem nada metalinguístico no sentido de ser muito descolado ou uma pegada pós-moderna”Justice Smith, que vive o atrapalhado feiticeiro Simon, concorda. “Fico feliz que o filme não é autoconsciente. Sinto que recentemente as pessoas têm dificuldade com vulnerabilidade”, afirmou. “Esse filme é assim: ‘estamos nesse mundo e esses são os personagens. Ou você entra na história ou você não se envolve’”.

Smith, inclusive, exaltou o esforço da equipe para que os atores tivessem já no set a experiência imersiva pretendida com D&D. “Temos muita computação gráfica, mas muito do que você vê no filme está mesmo lá. Nós testemunhamos tudo”, afirmou, antes de ser interrompido por um também empolgado Page. “As criaturas estavam lá, nós interagimos com elas. Elas eram extraordinárias! Se você vir uma pilha de barris em alguma cena, provavelmente atrás dela tem um cara com um controle remoto controlando o dragão”.

Não à toa, ambos disseram que estar no set era como ser criança de novo — nesse caso, no melhor sentido da expressão. “Foi o ápice de brincar de faz de conta. E D&D é isso. É essencialmente um grande jogo de faz de conta, em que você engaja com sua imaginação e é criativo com seus amigos, construindo uma história. Foi só uma versão mais cara disso”, descreveu Smith.

Assista no topo da página a entrevista completa com o elenco de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, filme que chega aos cinemas na próxima quinta-feira (13).

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