Filmes

Entrevista

10 Segundos | Daniel Oliveira vive Éder Jofre em biografia - veja as fotos

Entrevistamos o diretor do filme que revive a trajetória do boxeador a partir de sua relação com seu pai

29.07.2016, às 19H24.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 20H04

Realizador do seriado SuperMax, o produto pop mais esperado do ano da TV aberta no país, previsto para outubro na grade da Rede Globo, o carioca José Alvarenga Jr. tem dedicado suas últimas semanas às filmagens do que vem sendo encarado como um Rocky Balboa nacional: o drama esportivo 10 Segundos.

Sangue, suor e esperança dão a tônica deste projeto de R$ 8 milhões no qual o galã Daniel de Oliveira (de Cazuza – O Tempo Não Para) recria a trajetória de lutas do pugilista paulistano Éder Jofre, o "Galo de Ouro", titular de 75 vitórias (50 delas por nocaute) nos ringues, tendo alcançado fama internacional nos anos 1950. Levantado por um produtor pé-quente em termos de bilheterias altas e críticas positivas, Flávio R. Tambellini (Campo Grande e Carandiru), o longa-metragem chegará às telas só em 2017, sendo gestado com a promessa de realismo máximo em suas tomadas de jabs no queixo. Para isso, Alvarenga confiou a fotografia a Lula Carvalho, da franquia As Tartarugas Ninja

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O boxe já rendeu filmes memoráveis, de Rocky a Touro Indomável, sempre falando da questão da redenção. Mas aqui a gente narra esta história a partir de uma relação pai e filho, como um filme sobre paternidade, com o amor e ódio inerente a esse convívio. A evolução de Éder no boxe está ligado a seu convívio com o pai, Kid Jofre. Não é só um convívio de mestre e aprendiz. É família... sangue ”, diz Alvarenga, que confiou o papel de Kid (morto em 1974) ao veterano ato Osmar Prado (de Meu Pedacinho de Chão). “Há entre eles um convívio pautado pela disciplina, mas também pelo amor”.

Para imprimir o máximo de verossimilhança à cada peleja, Alvarenga passou meses a estudar cenas de luta dos clássicos e cults do boxe. Mas o cineasta já tem intimidade com ação do passado. Campeão na venda de ingressos desde a década de 1980, na qual pilotou sucessos de aventura dos Trapalhões, ele dirigiu as séries policiais Força-Tarefa (2009-11) O Caçador (2014), onde pode afinar sua forma de representar da violência. Só que esta, aqui, está mediada pelo esporte, tendo na ascensão social do jovem Éder, até se tornar campeão mundial em 18 de novembro de 1960 em combate contra o mexicano Eloy Sanchez na categoria peso galo. 

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O cinema no Brasil vive de ciclos em sua relação com a força da imagem e estamos passando agora por um momento onde a palavra vem tendo mais importância, vide o sucesso das comédias populares, onde o riso vem do diálogo. Mas, num filme de esporte, a visualidade é algo predominante, para reproduzir nas telas a emoção de uma luta, de um drible, de um gol. Esse filme vem sendo rodado com o máximo de cuidado com a potência da imagem. O Lula é um fotógrafo que tem um capricho grande com o visual”, diz Alvarenga, que conta com toda a vitalidade de um Daniel mais “sarado” do que nunca e de toda uma trupe de pugilistas. “As pessoas que treinam na academia de Jofre no filme, na reconstituição dos anos 1950, são pessoas que têm uma intimidade com o boxe. É um filme que busca uma verdade”.

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Para ilustrar essa cruzada pelo que há de verídico no circo do boxe, Alvarenga traz em uma participação de tintas documentais o próprio Éder, hoje octogenário, revivendo as glórias do passado.

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