Filmes

Entrevista

Anima Mundi | "Elevamos o carisma do personagem", afirma diretora de Peixonauta, o Filme

Longa é o único nacional do evento

25.10.2016, às 14H36.
Atualizada em 29.10.2016, ÀS 09H03

Daqui a um ano a animação brasileira celebrará seu centenário: o primeiro filme do formato do país, O Kaiser, é de 1917. Neste ano em que a indústria animada nacional emplacou uma indicação ao Oscar, com O Menino e o Mundo, lá em janeiro, o maior festival do setor na América Latina, já antenada com as celebrações dos cem anos de nossos desenhos, computações gráficas ou stop-motions, fez de tudo para conseguir um longa-metragem nacional inédito já finalizado.

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Em sua primeira chamada de longas, o Anima Mundi, que inaugura nesta terça (25) no Rio de Janeiro sua 24ª edição, nem pôde anunciar um exemplar verde e amarelo: entraram, contudo, títulos de vizinhos como a Colômbia (Sabogal) e de países pouco afeitos a essa indústria multicolorida, como a Turquia (Bad Cat) ou a Martinica (Battledream Chronicle). Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, o evento descolou uma atração capaz não apenas de atender suas necessidades, como de mobilizar uma multidão de crianças pelo carisma do (hoje) mais famoso herói infantil de nossa pátria: Peixonauta, o Filme

Com estreia em circuito prevista para 2017, em 3D, esta produção de 1h27, dirigida por Célia Catunda, será exibida neste sábado, às 17h, na Cinemateca do Museu de Arte Muderna (MAM-RJ), com sessão em São Paulo (onde o Anima Mundi ocorre de 2 a 6 de novembro) no encerramento do festival, às 14h. Em sua trama, cabe ao vigilante submarino deixar a paz do Parque das Árvores Felizes para desvendar o sumiço do povo da cidade grande. Em 2012, o personagem já havia ganhado destaque nos cinemas, com O Agente Secreto da O.S.T.R.A., que trazia uma nova abordagem para suas aventuras na TV, onde já foi exportado para 90 países, estimulando um licenciamento de cerca de 300 produtos, incluindo roupas, brinquedos, livros, espetáculos teatrais e aplicativos.

O Peixonauta foi líder de audiência na TV a cabo durante muitos anos, onde conquistou uma popularidade enorme, indo além do público infantil, tornando-se um ícone da animação brasileira”, explica Catunda.No cinema, levamos o conceito da série de TV e o carisma do personagem a um nível acima, em uma experiência mais intensa tanto em termos técnicos, como em termos de narrativa e de direção de arte. Este novo longa é um filme criado para o cinema, que esteve em produção nos últimos cinco anos, e foi produzido com muito carinho e sofisticação técnica”. 

Na televisão, o astronauta marinho estrelou 104 episódios de 11 minutos e mais 52 capítulos, de 22 minutos, da serie Peixonáuticos. Mas tem mais novidade à vista: “Nós estamos planejando interprogramas no primeiro semestre de 2017, incorporando na TV os novos elementos do longa, como equipamentos, personagens e lugares”, diz Catunda.“Estamos também estudando uma nova temporada de episódios de 11 minutos para 2018”.

Com 400 produções em seu cardápio, sendo 105 delas nacionais, o Anima Mundi fica até o dia 30 de outubro, no Rio, mobilizando locais como o Cine Odeon – Centro Cultural Severiano Ribeiro, a Cidade das Artes, MAM, Maison de France, o Centro Cultural Justiça Federal, Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, o Centro de Referência do Artesanato Brasileiro – CRAB e o Auditório do BNDES.

Em São Paulo, além da Cinemateca Brasileira, ele mobiliza o Cine Belas ArtesSenac Lapa ScipiãoCircuito SPCine. A atração mais esperada de 2016 é a projeção do longa A Tartaruga Vermelha, do holandês Michael Dudok de Wit, ganhador do prêmio do júri no Festival de Cannes, em maio. Na ala de convidados estrangeiros, foram convocados o francês Marc Jousset – produtor de O Menino da Floresta (2012) e diretor de arte de Persépolis (2007) – e do alemão Jacob Frey, realizador do premiado curta O Presente (2015). Além deles, virá o americano Cassidy Curtis, responsável pelo projeto Google Spotlight Stories, de animações em 360 graus para aplicativos móveis.

Conheça a seguir algumas atrações imperdíveis:

O Projeto do Meu Pai

Uma das cineastas mais talentosas do país, Rosária vem arrancando lágrimas com esta narrativa autobiográfica de uma desenhista às voltas com um pai nada ortodoxo.

Garota Cassete
Neste animê de Hiroyasu Kobayashi, o futuro é neve: a Terra virou uma geleira onde os humanos são monitorados por robôs gigantes. Nesse apocalipse cibernético, uma catadora de sucata busca fitas k-7 como um prazer, fazendo delas suas armas.

Estilhaços

O mais aclamado dos animadores portugueses, José Miguel Ribeiro (de A Suspeita) volta a surpreender como uma história familiar sobre as sequelas das guerras coloniais de seu país com a África.

Psiconautas, Los Niños Olvidados

Há um crescimento da popularidade do cinema animado espanhol no mundo e esta produção de tintas ecológicas é um bom exemplo do prestígio que aquela filmografia anda alcançando. Na trama, dois adolescentes tentam fugir do lugarejo onde vivem, para escapar da poluição. 

Dossiê Rê Bordosa (2008)

Cineasta brasileiro homenageado do ano no evento, o paulista Cesar Cabral vai falar com o público carioca do Anima Mundi nesta quinta, 19h30, na Livraria Cultura, no cardápio de palestras do festival - o tradicional Papo Animado -, sobre as escolhas estéticas por trás de curtas premiados como Dossiê Rê Bordosa. Em SP, o debate será no dia 2, às 20h, na Cinemateca. O Anima vai projetar seus curtas mais famosos em diferentes sessões, entre eles A Tempestade (2010). 

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