Filmes

Entrevista

Baywatch | "Filme não se leva a sério, é uma homenagem divertida", diz Guilherme Briggs

Versão brasileira do astro The Rock, um dos dubladores mais pops do país fala dos bastidores do longa inspirado em SOS - Malibu

17.06.2017, às 13H31.
Atualizada em 17.06.2017, ÀS 15H03

Mesmo depois de tanto “Eu me remexo muito”, cantarolado na versão brasileira do Rei Julien de Madagascar... e de muito repetir “Ao infinito... e Além”, nas aventuras de Buzz Lightyear às quais cedeu o gogó, Guilherme Briggs ainda tem pique de sobra para realçar o que Dwayne The Rock Johnson tem de mais engraçado ao dublar Baywatch no circuito exibidor nacional. Aos 46 anos, o ator carioca – tratado como popstar entre os dubladores do Brasil pelo sucesso de suas composições vocais e pelo carisma que esbanja entre seus fãs (e põe fã nisso) – faz um balanço de sua carreira nesta entrevista ao Omelete, revelando bastidores da comédia inspirada pelo seriado homônimo dos anos 1990.

Omelete: Qual é o maior desafio de dublar Dwayne Johnson?

Guilherme Briggs: Eu acompanho a carreira de cinema dele desde o princípio e passei a conhecer mais ainda através do instagram dele, que é muito divertido e sempre com um característico alto astral. Dwayne é uma pessoa muito sincera, autêntica, batalhadora e carinhosa, além de ter um carisma incrível. Gosto dele e tenho um imenso carinho não só pelo ator, mas pela pessoa que ele é. Por isso, é um prazer poder emprestar a voz a ele em vários filmes. Já dublei ele em: O Escorpião Rei, Southland Tales: O Fim do Mundo, Agente 86, Sem dor, Sem Ganho, G.I. Joe: Retaliação, a animação Planeta 51, Treinando o Papai, A Montanha Enfeitiçada, Terremoto - A falha de San Andreas, Um Espião e Meio, Hércules, a série de TV Ballers e, agora, Baywatch.

Omelete: O que te surpreende nesse astro milionário, que tem o maior cachê de Hollywood hoje?

Guilherme Briggs: A forma vibrante e positiva com que ele encara a vida, seu carinho, educação e respeito com todas as pessoas, com os membros de qualquer equipe que esteja filmando, com seus fãs na rua ou nos bastidores, o amor pela família, entre outras coisas. Dwayne é um cara do bem, de coração grande. Adoro ver ele se vestindo de Pikachu no Instagram, por exemplo, suando em bicas numa fantasia enorme e quente, só pra fazer a filha pequena dar risada. Eu me emocionei quando ele falou do pai, que era um lutador no passado, como ele foi também, de como a família se esforçou pro Dwayne chegar até onde chegou, transformando ele num homem responsável, íntegro e amoroso, apesar de todo sofrimento e perdas que teve. Tenho grande simpatia e admiração por tudo isso. 

Omelete: De que maneira o longa Baywatch é uma homenagem à série original dos anos 1990, da qual ele é derivado?

Guilherme Briggs: O filme não se leva a sério, é como se fosse uma grande homenagem divertida e sem compromisso, levando os personagens a experimentar um humor moleque que navega entre o ácido, o mordaz, o macabro e o escatológico com extrema facilidade. Tem citações, referências e algumas participações especiais do elenco original. É uma comédia rasgada, cinema pipoca pra você assistir e dar boas risadas dos absurdos que acontecem na história. Eu recomendo a nossa versão dublada, pois adaptamos de uma forma muito gostosa e sacana. Agradeço demais a Paramount por ter permitido essa liberdade e à excelente diretora Linn Jardim, que além de ser muito criativa e inteligente é um prazer enorme de se trabalhar. Outra alegria é fazer parceria com o meu querido amigo Sérgio Cantú mais uma vez. Adoro quando dublamos ou trabalhamos juntos em projetos, como em Transformers (Sam e Optimus), Star Wars (Kylo Ren e Han Solo), 17 Outra Vez (Zac Efron e Thomas Lennon), Os Vizinhos 1 e 2 (Zac Efron e Seth Rogen) e agora com o Zac Efron e o Dwayne Johnson.

Omelete: Desde quando você dubla?

Guilherme Briggs: Dublo desde 1991. Já são mais de 25 anos de profissão. Mas desde criança bem pequena eu sempre amei arte, seja na forma de desenho, pintura ou atuação. Meu pai e eu produzíamos áudio contos durante vários fins de semana, com um gravador velho e um toca-discos (ou com meu pai tocando violão, pra fazer a trilha sonora de fundo). Dublar, desenhar, criar, é sempre uma eterna viagem de volta a infância, repleta de sentimentos bons e iluminados.

Omelete: Este ano que filmes de peso você ainda dubla e quem?

Guilherme Briggs: Por conta do sigilo não posso falar muito, mas tem filmes chegando mais pro fim do ano, um com um certo robô gigante e outro com um alienígena de capa vermelha, ambos muito queridos pelo público em geral.

Omelete: O que significa ser um popstar da dublagem?

Guilherme Briggs: Que isso, sou, no máximo, pop-estalinho de festa de São João... Olha, popstar da dublagem pra mim sempre será o meu mestre Orlando Drummond, que sabe levar a vida de uma forma gostosa e tranquila, sempre encarando tudo com humor. Drummond fez de tudo na vida artística, tem uma experiência de vida incalculável. Eu sou muito grato, pois tenho fãs muito calorosos, amorosos, que me protegem, me alegram e me estimulam sempre a produzir coisas pra eles. Sinto uma preocupação profunda de meu público comigo, com a minha pessoa sem ser o dublador, que parece agradar mais. A maioria gosta mesmo é do Guilherme, um cara simples e carinhoso, que ama criatividade e humor, como eles. Meu público interage comigo todos os dias nas minhas redes sociais, me manda presentes lindos, muitos feitos pelos próprios fãs, como esculturas minhas e de meus personagens, desenhos, pinturas, cartinhas e até comidas que eu gosto. O mais engraçado e surpreendente disso tudo é que meu público gosta ainda mais dos meus bonecos do meu celeiro de criações de novos personagens e situações - meu instagram e canal do youtube - do que de meus personagens de dublagem. Tobias, Boneco Azul Genérico, Toymaster, Lorenzo, do Drácula e Vampirinha são amados de uma forma poderosa e intensa, o que eu acho sensacional, pois esses personagens vieram do meu coração e lá residem pra sempre. Talvez por eles terem pedacinhos de minha alma mais profunda de criança.

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