Filmes

Entrevista

Era o Hotel Cambridge | "Aqui a realidade puxa o filme para si", diz José Dumont

Ator veterano estrela longa sobre ocupação de prédios por refugiados

16.03.2017, às 11H46.
Atualizada em 16.03.2017, ÀS 12H03

Premiado com uma menção honrosa no Festival de San Sebastián, na Espanha, onde fez sua estreia internacional, e laureado com o troféu de júri popular no Festival do RioEra o Hotel Cambridge, um drama sobre ocupações de prédios abandonados no coração de São Paulo, envolvendo refugiados e grupos de sem teto, marcou a volta aos holofotes de um dos mais aclamados atores brasileiros: José Dumont. Seu regresso às telas com o aclamado longa-metragem de Eliane Caffé coincide com a comemoração de seus 40 anos de carreira no audiovisual: em 1977, ele estreou com Morte e Vida Severina Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia. Aos 66 anos, o paraibano de Bananeiras volta ao circuito no papel de Apolo, agitador cultural que encena uma peça de teatro e alimenta um vlog, ambos voltados para a realidade da exclusão urbana.  

Tenho uma experiência anterior com a Eliane, em filmes como Narradores de Javé, na qual ela busca personagens tragicômicos capazes de conectar os demais. Aqui em Era o Hotel Cambridge, a realidade puxa o filme pra si e é tarefa de Apolo representar a cultura, a arte e impedir que o longa vire um documentário sobre os sem teto”, diz Dumont ao Omelete.

Este ano, ele ainda será visto em Tungstênio, a esperada adaptação da HQ homônima de Marcelo Quintanilha, tendo Heitor Dhalia (de O Cheiro do Ralo) como diretor. Ele vive Ney, um militar reformado que se envolve numa ação envolvendo um traficante e um policial nada honesto na Bahia.

Baseado num quadrinho espetacular, o Tungstênio do Heitor é um filme sobre o caos, onde Ney é um sujeito capaz de qualquer coisa para alcançar o que quer”, diz Dumont, que coleciona prêmios em festivais em Cuba, na Espanha e nos EUA por sua atuação em cults como O Homem Que Virou Suco (1980) e O Baiano Fantasma (1984). “A gente tem hoje uma safra nova de atores que é espetacular. Nosso cinema ainda se impõe pela autoralidade e pela diversidade”.

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