Na reta final do Festival do Rio 2016, que termina neste domingo (16), o convidado estrangeiro do mais alto quilate entre as atrações internacionais da maratona carioca enfim dá as caras na Cidade Maravilhosa para promover a carreira de um potencial concorrente ao Oscar: o americano James Schamus, que trouxe consigo o badalado drama Indignação.
Com sessão de gala nesta sexta (14), às 21h45, no Roxy, este longa-metragem orçado em US$ 8 milhões (que teve o brasileiro Rodrigo Teixeira entre seus produtores) leva às telas a prosa do escritor Philip Roth, com foco nod tabus da descoberta sexual. Produtor de sucessos de Ang Lee (como O Segredo de Brokeback Mountain), Schamus escalou Logan Lerman como protagonista: ele vive o jovem judeu Marcus, um estudante às voltas com dilemas morais dos anos 1950:
"Gastamos meses e meses em pesquisa de época, revendo sobretudo fotografias daquela década, como se caçássemos memórias em kodachrome. E isso não se deu por um pedantismo intelectual meu, mas como forma de oferecer aos atores um universo sólido, e não só um clima de passado", diz Schamus, em entrevista ao Omelete já no Rio, onde o filme terá uma nova sessão neste domingo (16), 13h45, no Cine Kinoplex São Luiz.
Apesar da vasta experiência produzindo e roteirizando, Schamus nunca havia dirigido. "Quando o roteiro de Indignação chegou às minhas mão, achei que o Ang Lee fosse dirigir. Saber que Schamus seria o realizador, deixou-me ainda mais animado", diz Teixeira, comemorando a bilheteria de US$ 10 milhões já contabilizada pelo longa.
Para Schamus, o exercício de encarar a direção exigiu um desapego de referências. "Aprendi muito com Ang Lee na vida e no cinema, mas aqui, nesse processo não tem nada dele. E nem poderia, porque dirigir filmes de ficção é, basicamente, saber dirigir atores. E cada cineasta tem um método próprio", diz Schamus, que foi aclamado em Berlim e em Sundance com Indignação. "Mesmo as influências morais de Roth eu filtrei, para imprimir meu olhar".