Um dos filmes mais disputados do Festival Varilux, seleção de obras francesas inéditas entre nós, que termina nesta quarta (21), Frantz, drama de época numa requintada fotografia em preto e branco, estreia em solo nacional nesta quinta (22) para aquecer o namoro entre o circuito exibidor brasileiro e o diretor François Ozon. Garantia de sala cheia e milhares (por vezes milhões) de ingressos vendidos por onde passa, o realizador dos cults 8 Mulheres (2002) e Dentro da Casa (2012), blockbusters na Europa, revive neste novo longa traumas da Primeira Guerra Mundial.
"Gosto muito de filmar, por curtir o clima vivo dos sets, onde busco o que há de mais frágil na condição humana, seja em thrillers ou em tramas trágicas", disse o cineasta ao Omelete em Cannes, em maio, ao disputar a Palma de Ouro com L'Amant Double. "Por questões de tecnologia, o cinema está em uma constante mutação, mas ele sempre se interessa em investigar o vazio em cada um de nós. Essa investigação, no caso dos meus filmes, é uma jornada de autodescoberta".
Alternando P&B com cenas em cor, Frantz rendeu à atriz Paula Beer o Prêmio Marcello Mastroianni de Melhor Intérprete Revelação no último Festival de Veneza. No filme, ambientado no fim dos anos 1910, Beer vive a alemã Anna, uma jovem viúva que, todos os dias, vai levar flores ao túmulo do namorado, morto no front de combate. Um dia, numa visita ao cemitério, ela encara um misterioso francês (Pierre Niney) levando também flores ao morto. Ela resolve então se aproximar dele, para entender as conexões entre aquele homem e seu amado. Mas uma centelha se acende entre eles. "É da palavra que brotam as verdades ocultas dos meus filmes", diz Ozon.
Frantz ainda tem sessões nesta quarta no Varilux no Rio de Janeiro, às 18h40, no Espaço Itaú e no Cine Santa.
