Filmes

Entrevista

Nervos de Aço | Musical brasileiro transforma canção de Lupicínio Rodrigues em filme

Filme marca a volta do consagrado diretor Maurice Capovilla às telas

24.09.2016, às 16H56.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 12H01

Neste momento em que La La Land: Cantando Estações, de Damien Chazelle, aparece como favorito ao Oscar, o gênero musical volta a ser encarado como uma aposta quente para o mercado, atraindo experiências num filão do canto e dança. Outrora uma fábrica de musicais, nos tempos da chanchada (1934-1962), o cinema brasileiro dá sua contribuição atual a essa seara com a estreia de Nervos de Aços, de Maurice Capovilla (do cult O Profeta da Fome), já em cartaz.  A base do projeto, que traz no elenco o veterano músico de vanguarda Arrigo Barnabé, é a canção homônima de Lupicínio Rodrigues (1914-1974), celebrizada em gravações de Paulinho da Viola

Filmada em Porto Alegre, a trama tem como base a pergunta central feita por Lupicínio na letra: "Você sabe o que é ter um amor, meu senhor / E por ele quase morrer / E depois encontrá-lo em um braço / Que nem um pedaço do seu pode ser?". No enredo, essa questão é levantada pelo diretor e o arranjador de um espetáculo, Joel, encarnado por Barnabé. Seu relacionamento com a cantora Maria Rosa (Ana Paula Lonardi) é estremecido quando a moça se aproxima do violonista Marcelo, vivido por Pedro Sol. O projeto marca o regresso de Capovilla - um realizador com cinco décadas de carreira - às telas depois de um hiato de dez anos fora de circuito.

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"Tempos atrás eu tinha recebido, por empréstimo, alguns  discos do Lupicínio e, logo em seguida, surgiu uma caixa com quatro CDs da obra, que pode se dizer completa, do artista. Então, mergulhei no material... até que fui descobrindo os personagens que surgiam das partituras. Foi uma questão de instinto tirar um filme dali. Depois disso, bastou apenas dispor  pela ordem os personagens de acordo com suas identidades", explica o diretor, cuja obra pregressa, iniciada em 1965 e premiada nos maiores festivais do país, ganha agora uma edição em DVD, preservando no suporte digital exercícios de autoralidade como Harmada (2003). "A minha filmografia é pequena mas, muitas vezes, eu procuro rever alguns do meus filmes mais pela música do que pela imagem".

Mais do que uma narrativa experimental dentro da estrutura clássica dos musicias, Nervos de Aço se estrutura como uma tocante história de amor ou, como define seu diretor, "uma história sobre modos de amar". "O amor nesse filme, para ser efetivo, deve fazer o mesmo papel que um revólver tem em um bangue-bangue: deve representar uma espécie de conflito musical", explica o cineasta. "O amor está ali para ser acolhido por ambas as partes. E agradar a plateia". 

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