Filmes

Entrevista

Paraíso Perdido | "É dos cineastas loucos que saem filmes surpreendentes", diz Erasmo Carlos

Cantor volta aos cinemas no novo filme de Monique Gardenberg

12.04.2017, às 12H35.
Atualizada em 12.04.2017, ÀS 13H03

Cinéfilo de carteirinha, de ver até dois filmes por dia, indo de Pedro Almodóvar a Woody Allen com apreço por experiências autorais, Erasmo Carlos, cantor ídolo da Jovem Guarda, volta às telonas como ator este ano, após um hiato de quase três décadas sem participações na sala escura, no posto de protagonista do novo filme de Monique Gardenberg. Em Paraíso Perdido, rodado em São Paulo pela realizadora de Benjamim (2003), o eterno Tremendão faz o patriarca de uma família carente de normalidade.

"Fazer cinema é uma farra, é uma brincadeira séria para alguém que vive de compor e cantar", diz Erasmo ao Omelete, com shows agendados para 30 de abril, em Itabirito (MG), e 12 de maio, em Belém (PA). "Voltar a atuar foi muito divertido. Mas eu sempre estive por aí, à disposição para um roteiro bom. Aí a Monique sonhou comigo e deu certo".
 
Destaque nos cinemas nos anos 1960 e 70 em filmes protagonizados por seu amigo de fé e irmão camarada Roberto Carlos - como A 300 KM Por Hora e O Diamante Cor de Rosa, que o Canal Brasil exibe nos dias 19 e 20, às 22h -, Erasmo usa sua bossa, no longa de Gardenberg, para dar vida a José,  chefe de um clã ligado à música. Na trama, Julio Andrade e Hermila Guedes são seus filhos biológicos (Angelo e Eva) e Seu Jorge vive seu filho adotivo (Teylor). O elenco conta ainda com Malu Galli, Lee Taylor, Marjorie Estiano, Humberto Carrão, Felipe Abib, Paula Burlamaqui e a musa da pornochanchada Nicole Puzzi.
 
"José é um viúvo sonhador que sempre desejou ver a família unida. Ele dá muito valor à família, assim como eu", diz Erasmo, que fez cinema pela primeira vez em 1958 (Minha Sogra É Da Polícia) e não filmava desde 1984. "Por não ser um ator profissional, eu fico numa situação mais cômoda ao fazer um filme, até porque, só aceito projetos cujo roteiro seja bom. Não quero fazer por fazer". 
 
Ainda este ano, Erasmo vai se ver nas telas, de volta à juventude, na versão que o diretor Lui Farias fez de sua biografia. Em Minha Fama de Mau, é Chay Suede quem vive o cantor.
 
"Vai ser uma experiência nova. Eu não vi o filme ainda, mas estou curioso por ele", diz Erasmo, que compôs com Frejat, do Barão Vermelho, a canção "Dez Segundos" para a cinebiografia do pugilista Eder Jofre filmada por José Alvarenga e estrelada por Daniel de Oliveira. "Eu tô sempre compondo. Fiz agora a música 'Menina da Felicidade' pro disco novo da Wandeleia. Compus 'País Elétrico' pro Paulo Miklos. Não paro".
 
Falar de cinema com Erasmo é um convite a uma discussão de mais alto nível sobre autoralidade, uma vez que ele está atento a clássicos e aos musos da hora em termos de direção.
 
"Acabei de ver Fragmentado, do cara de O Sexto Sentido, o Shyamalan, e gostei. Curto Wes Anderson, Spielberg, Billy Wilder, David Lynch... Gosto dos loucos, dos cineastas que desafiam a norma. É dos loucos que saem filmes surpreendentes. Acredito que a Monique seja uma dessas", diz o cantor, que se diverte com as lembranças de seus longas com o Rei Roberto. "Fazendo o Diamante Cor De Rosa, eu aprendi caratê, tive aula de alpinismo, viajei o mindo. Era uma diversão".
 

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