Assim é a Vida (Le Sens De La Fête), novo filme da dupla Olivier Nakache e Éric Toledano, do femônemo global Intocáveis, estreia no Brasil nesta quinta e comprova a veia dos franceses para a comédia. Os dois falam ao Omelete durante o Festival de San Sebastián, na Espanha.
"Cada vez que uma comédia dá certo, a indústria tenta fabricar uma série de filmes com o mesmo formato desse sucesso, pasteurizando o riso e apostando em fórmulas que engessam a criatividade e subestimam o que o público mais deseja: diversidade. E quando eu falo em diversidade, refiro-me sobretudo à multiplicidade de povos, cores, raças na tela", diz o diretor. "A última coisa que queremos é fazer um outro Intocáveis. Aquela história já foi contada. É preciso que busquemos outras... novos enredos. Claro que desejamos que o sucesso daquele filme se repita. Mas fenômenos não são fabricáveis."
Pontuado pelo absurdo, Assim É a Vida flagra tudo o que pode sair errado na celebração de um matrimônio. O erro começa pela escolha de um cantor (Gilles Lellouch) que faz o oposto do que o noivo pede. A trama vai descortinando, a cada virada, o quão atrapalhada é a equipe responsável pela cerimônia funcionar. À frente do elenco, em vez do ídolo negro Omar Sy (com quem os cineastas fizeram Intocáveis e Samba), há uma lenda do cinema na França: o ator e dramaturgo Jean-Pierre Bacri (de A Vida dos Outros). Ele interpreta o empresário que organiza a festa.
"Existe uma tradição de filmes sobre festas, com muitos personagens, que tem como um símbolo o cult Cerimônia de Casamento, do diretor Robert Altman, que usamos como nossa fonte de inspiração", diz Toledano. "A maior lição que Altman nos deu ali é que cerimônias são um convite à mistura de gêneros, envolvendo suspense, riso, drama", completa Toledano. "Nosso empenho aqui foi frisar o colorido multicultural, tendo atores do mundo todo."