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63º Festival de Cannes anuncia os seus vencedores

Júri presidido por Tim Burton dá a Palma de Ouro a Apichatpong Weerasethakul

23.05.2010, às 19H40.
Atualizada em 14.11.2016, ÀS 22H06

O cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul - ou simplesmente Joe para os seus admiradores - continua com 100% de aproveitamento no Festival de Cannes. Depois de ganhar o prêmio da mostra paralela Un Certain Regard em 2002 com Eternamente Sua e o prêmio do júri em 2004 com Mal dos Trópicos, Joe sai neste domingo da edição 63 do festival francês com a Palma de Ouro, por Lung Boonmee Raluek Chat.

Em tradução livre: Tio Boonmee, que consegue relembrar suas vidas passadas. Na história, o tio Boonmee, doente, reúne pessoas queridas - vivas ou mortas - para dividir seus últimos dias e relembrar suas outras existências. O teor espírita se mistura a temas e ambientações conhecidos dos filmes do diretor - questões de memória individual e coletiva embaladas numa trama de realismo fantástico no meio da selva.

Na coletiva de imprensa após a premiação, o presidente do júri, Tim Burton, confessou que nunca tinha visto um filme de Apichatpong antes. Ao receber o prêmio, Joe mencionou o violento momento político que a Tailândia atravessa e dedicou a Palma aos "espíritos e fantasmas" do país. Assista ao trailer:

A menção ao toque de recolher imposto na Tailândia foi mais um componente numa premiação marcada por atos políticos. Ao receber o prêmio de melhor atriz por Copie Conforme, Juliette Binoche levantou uma placa com o nome do diretor iraniano Jafar Panahi, e a placa ficou no palco até o fim da premiação. Panahi teria integrado o júri se não estivesse preso no Irã por realizar filmes que o governo do país considera contrários ao regime.

Um movimento nos últimos dias defendia que a premiação de Cannes fosse suspensa em protesto contra a prisão de Panahi. A premiação seguiu normalmente, porém, e a placa de Binoche não deixou que o nome de Panahi fosse esquecido. Confira a lista completa de vencedores:

Palma de Ouro
Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul

Grande Prêmio do Júri
Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois

Prêmio do Júri
Un Homme qui Crie, de Mahamat-Saleh Haroun

Melhor direção
Mathieu Amalric, por Tournée

Melhor roteiro
Lee Chang-Dong, por Poetry

Melhor ator
Javier Bardem, por Biutiful
Elio Germano, por La Nostra Vita

Melhor atriz
Juliette Binoche, por Copie Conforme

Câmera D'Or (para cineastas estreantes)
Año Bisiesto, de Michael Rowe

Melhor curta-metragem
Chienne D'Histoire, de Serge Avédikian

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