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A Qualquer Custo | "A confiança nos bancos faliu o mundo", diz diretor

Filme indicado ao Oscar chega aos cinemas nacionais esta semana

31.01.2017, às 14H53.
Atualizada em 31.01.2017, ÀS 16H04

Zebra entre os concorrentes ao Oscar de melhor filme de 2017, por não se encaixar nos aparentes padrões dos candidatos ao prêmio, o thriller A Qualquer Custo (Hell or High Water), que estreia nesta quinta (2) no Brasil, vem impressionando crítica e público desde sua primeira exibição, na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, em maio, onde impressionou plateias com seu retrato desesperançado da Economia dos EUA. Estrelada por Chris Pine, o Capitão Kirk da atual franquia Star Trek, Ben Foster (360), nos papéis dos irmãos Howrad (assaltante de bancos com vasta ficha corrida na rapinagem), esta produção de US$ 12 milhões, dirigida pelo escocês David Mackenzie, explora a falência financeira e moral americana a partir de seu universo rural. Um envelhecido Jeff Bridges vive o xerife Marcus Hamilton, um homem da lei às raias da aposentadoria – papel pelo qual ele foi indicado ao prêmio de melhor coadjuvante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood - que caça os Howard Mas o vilão não é ele e sim o sistema bancário dos Estados Unidos.

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O fato de eu ser um estrangeiro nos EUA, nascido na Escócia, não me afasta daquele mundo que eu retrato, pois há algo de universal no sentimento de desamparo criado pela crise econômica e pelo controle que as instituições financeiras exercem sobre nós. Não é necessário ser americano para se sentir ludibriado pela máquina bancária. Nossa confiança nos bancos faliu o mundo”, disse MacKenzie (um cineasta conhecido aqui por Sentidos do Amor) ao Omelete em Cannes, sem ter a dimensão de sucesso global que o longa alcançaria. “Vim para neste projeto quando li o roteiro de Taylor Sheridan e farejei nele algo próximo de um filme americano dos anos 1970: um casamento de espetáculo popular e de reflexão”.

Na trama, Toby (Pine) e Tannar (Foster) têm perfis muito distintos, mas precisam lidar com as diferenças após a morte da mãe, buscando, de roubo em roubo, o dinheiro necessário para custear a hipoteca de um rancho deixado por ela, onde há reservas naturais de petróleo no solo. Os crimes deles logo chamam a atenção da Justiça, o que dá a Marcus (Bridges) a chance de uma última prisão antes de se aposentar.

Qual a espetacularização cada vez mais gradual do cinema, a gente foi se esquecendo da importância de ter bons personagens: figurais reais, complexas, cheias de camadas. Foi o que eu busquei reviver em A Qualquer Custo explorando, por exemplo, os laços de afeto muito ríspidos, de ranço machista naquele universo. Marcus, por exemplo, tem uma postura nas raias do preconceito com seu parceiro de origem indígena, mas o respeita, à sua maneira. Precisava entender estes códigos”, diz Mackenzie. “Tentei fazer um filme aquilo que nos falta, não apenas existencialmente, mas do ponto de vista da segurança institucional”. 

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