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Desculpe o Transtorno | "O cinema brasileiro está em um caminho mais diverso", diz Gregório Duvivier

Ator encara dois papéis na comédia sobre ponte aérea e escolhas amorosas

06.09.2016, às 17H48.

Em seus 12 anos de serviços prestados ao cinema brasileiro, iniciados nos sets de O Diário de Tati, em 2006, quando tinha apenas 18 anos, Gregório Duvivier já trafegou do cult (Apenas o Fim) ao blockbuster (Vai Que Dá Certo), com direito a um filme português ainda inédito por aqui: Refrigerantes e Canções de Amor, de Luís Galvão Teles. Pelas contas do ator, ele atuou em 15 longas-metragens nos últimos dez anos, período que lhe permitiu experimentar muitas estéticas e muitos formatos audiovisuais. Mas, agora, com Desculpe o Transtorno, em cartaz a partir do dia 15, ele encontrou um novo lugar para sua arte de fazer rir, com espaço para ousar.

A mudança que o humor teve na internet, com o Porta dos Fundos, não foi acompanhada necessariamente por uma mudança no cinema. Este humor de cinema no Brasil ainda está um pouco preso à comédia clássica, tipo a do estilo de um grande diretor como Hugo Carvana, com quem eu fiz Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo, em 2010. Mas acho que o Desculpe o Transtorno aponta para uma mudança pois ele me dá a chance de fazer no cinema algo que costumava fazer ou no teatro ou na internet, que é um humor sem medo de ser triste ou poético. É uma deixa para algo difícil, que pode até ser uma cilada: falar de amor com humor”, diz Gregório, que atua em dose dupla no novo longa-metragem de Tomas Portella. “O cinema brasileiro está caminhando para se tornar cada vez mais diverso e este nosso filme indica isso”. 

Até planos para passar por outro lado das câmeras e se arriscar a dirigir, o ator e autor carioca de 30 anos já começa a acalentar, mas com calma.

Tenho plano de dirigir, mas ainda falta mais estrada, pois é muita responsa”, reflete Gregório. “Como ator, o que eu mais gosto é poder embarcar na viagem dos outros tendo que me preocupar apenas com o meu. Mas o diretor tem que se preocupar com tudo, o que parece estressante. Entre os diretores... conheci algumas espécies raras dessa selva do cinema e tive a sorte de trabalhar com elas”.

Considerado um dos mais versáteis nomes da nova geração de diretores nacionais, com experiências por gêneros como o thriller de horror (Isolados) e o filme de ação policial (Operações Especiais), depois de ter emplacado o campeão de bilheteria de tons cômicos Qualquer Gato Vira-Lata (2011), Portella divide Gregório em dois em Desculpe o Transtorno e não apenas porque a ação se divide entre Rio de Janeiro e São Paulo. A divisão se dá por conta da dupla personalidade do protagonista. A ponte aérea mais distante no filme (encarado já pelo circuito exibidor como um potencial sucesso) é a que divide o engravatado engomadinho Eduardo do maluco beleza Duca, ambos vividos pelo astro e ambos cindidos amorosamente. Parte dele ama Viviane (Dani Calabresa) e a outra parte cai de amores por Bárbara (Clarice Falcão).

Voltar para a comédia é uma delícia porque exige que se tenha um clima de set super light. E embora seja uma comédia romântica, ele tem uma veia cool, típica do estilo Gregório, com improvisações”, explica Portella. “O humor aqui é menos baseado em preconceitos ou em comédia física, naquela coisa de ‘escorregar na banana’. Começa no estereótipo do paulista certinho, careta... e do carioca largadão e descolado. Mas, daí, a gente vai descontruindo os estereótipos, mostrando a dupla personalidade que todo mundo tem dentro de si. É um filme sobre escolhas que fazemos para a vida”.

No trailer, que anda atraindo milhares de views na web, já é possível provar dos dilemas de Eduardo/Duca entre seus amores, testando o talento de seu intérprete.

No cinema, eu fiz desde coisas de orçamento muito baixo até megaproduções, passando pelo primeiro filme do Porta, o Contrato Vitalício, que também foi grande. Fiz todos os estilos, chegando até uma participação em dramas como À Deriva e 5xFavela. O bom do cinema é que cada filme é um universo à parte. Os sets criam famílias muito diferentes, umas mais conservadoras, outra mais porralocas”, diz o ator, que guarda com sabor sua experiência lusitana, filmando Refrigerantes e Canções de Amor, lançado na Europa em agosto. “Foi divertida a minha participação, pois set em Portugal é uma alegria, até porque tinha vinho nas filmagens e porque a diária de trabalho lá é menor: são dez horas e não doze. Esta é uma causa que eu quero trazer para cá. Nos EUA são oito horas. E o filme é divertido, uma comédia romântica geek”.

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