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Espíritos 2 - Você Nunca Está Sozinho

Diretores de Espíritos em novo terror tailandês

23.08.2007, às 18H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H28

O sucesso na Tailândia - e também no Brasil - de Espíritos - A Morte Está Ao Seu Lado (Shutter) motivou os diretores Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom a investirem novamente no tema das aparições sobrenaturais. Em Espíritos 2 - Você Nunca Está Sozinho (Alone) eles colocam mais um fantasma vingativo na vida de mais um casal desavisado.

Na trama, que não é continuação do primeiro (a distribuidora brasileira está apenas aproveitando a boa bilheteria do filme lançado aqui há um ano), a bela Pim (Masha Wattanapanich) mudou-se da Tailândia para a Coréia do Sul, afastando-se do sofrimento que passou no local e buscando um recomeço ao lado do marido, Wee (Vittaya Wasukraipaisan). Mas um telefonema anuncia a doença de sua mãe - e Pim tem que voltar. Mas de volta à Tailândia, algo mais a espera além das dolorosas recordações de sua irmã gêmea morta, Ploy (também Masha Wattanapanich).

É absolutamente incrível como boa parte dos cineastas do oriente do gênero não conseguem ter uma idéia criativa sequer. Todos os filmes de terror vindos do lado de lá do planeta têm os mesmos fantasmas, com a mesma motivação (vingança) e o mesmo visual (o básico cabelo preto desgrenhado e rosto assustador). A maneira de gerar o medo no público é igualmente batida - e Parkpoom e Pisanthanakum não são exceção. A colocação da câmera, os movimentos, é tudo tão óbvio que dá pra saber exatamente onde e quando o fantasma vai aparecer - e até quando ele não vai aparecer (afinal, vale sempre encaixar umas expectativas, para deixar o público tentando adivinhar). Será que o imaginário do oriente em relação ao terror é assim tão raso? Nada disso, é apenas o desejo de manter-se seguro dentro de fórmulas que funcionam. O diretor de animações japonês Hayao Miyazaki, por exemplo, responsável por filmes belos, poéticos e coloridos, tem idéias muito mais assustadoras em A Viagem de Chihiro do que qualquer diretor de terror por lá.

Mas há pelo menos um bom momento em Espíritos 2. O desfecho me pegou de surpresa de verdade - e gostei da reviravolta, o que tirou o gosto ruim de todo o desenvolvimento da história. Mas ao comentar empolgado o final com algumas pessoas, me disseram que a mesmíssima idéia pode ser encontrada - coincidentemente, imagino - numa novela global em exibição. Assim, curiosamente, o que foi interessante pra mim pode parecer batido para os apreciadores da teledramaturgia nacional.

Outro ponto positivo é a fotografia. Quase todo filmado dentro de um casarão, o filme tem boas sacadas visuais. A mais memorável é Wee vendo o fantasma abraçando a irmã através do reflexo de um biombo de vidro. Agora com orçamento digno à disposição, os cineastas têm mais recursos e sabem usá-los bem. Falta pensar um pouco fora do manjado mundo dos fantasmas cabeludos - e buscar algo novo e diferente.

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