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Festival de Berlim | Jogos Mortais espanhol leva sangue às telas alemãs

Novo filme de Álex De La Iglesia narra luta pela sobrevivência em El Bar

14.02.2017, às 21H22.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Dois filmes de língua espanhola rodados por cineastas autorais, ambos fora de concurso pelo Urso de Ouro, são alvos de debate e matérias de polêmica, por razões distintas, no Festival de Berlim: de um lado, o thriller de suspense El Bar, filmado em Madri por Álex de la Iglesia; do outro, Últimos Días En La Habana', do cubano Fernando Pérez. O primeiro é promessa de blockbuster. O segundo é candidato a cult. Um chocou pelo excesso de sangue - mas muito, a ponto de ter espectador nauseado - o outro incomodou pelo niilismo.

Diretor de O Dia da Besta (1995), De La Iglesia fez uma especie de Jogos Mortais sabor paella, com tripas e miolos à mostra: frequentadores do tal 'El Bar' do título são acossados lá dentro por um atirador de elite e, confinados, passam a desconfiar uns dos outros. Tudo acaba no esgoto, com fugas por águas imundas. O espanhol passa por aqui nesta quarta para falar de sua estética pop de muito exagero.

poster de el bar

Últimos Días En La Habana desceu azedo por gargantas acostumadas às ideologias castristas: trata-se de um conto sobre amizade, com um pé na ficção e outro no documentário, sobre a relação entre um soropositivo e um lavador de pratos num bairro paupérrimo da capital cubana. Na vinda a Berlim, Pérez, aclamado mundialmente por Suíte Havana (2003), não teve pudor ao falar da morte de Fidel.

A perda dele foi uma espécie de crônica de uma morte anunciada: a fraqueza de saúde afastou Fidel do Poder lá no meu país há tempos", diz o cineasta.

Na quinta, a Berlinale promete aquecer corações apaixonados por animês com a projeção de uma cópia inédita de Ghost in the Shell (1995), de Mamoru Oshii, em tela grande, padrão iMax, para servir como esquenta para a estreia europeia de Vigilante do Amanhã, com Scarlett Johansson. Antes, na quarta, o evento mais esperado do festival não é uma projeção e sim um debate: um dos favoritos ao Oscar deste ano, o diretor Raoul Peck, do Haiti, vai dar uma aula sobre o cinema do real ao comentar seu doc I Am Not Your Negro e sua ficção O Jovem Karl Marx.

Sábado a Berlinale chega ao fim, com a entrega dos prêmios decididos pelo júri chefiado pelo diretor holandês Paul Verhoeven ('Elle'). Até o momento os filmes mais badalados da competição são The Other Side of Hope, de Aki Kaurismaki, da Finlândia; Una Mujer Fantástica, de Sebastián Lelio, do Chile; e The Party, de Sally Potter, do Reino Unido. O pior até agora é o alemão Bright Nights.

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