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Festival de Berlim | "Não me vejo como um artista", diz Armie Hammer

Galã americano estrela filme de Stanley Tucci sobre o artista plástico Alberto Giacometti

13.02.2017, às 07H57.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Ao declarar “eu não me vejo como um artista”, diante de uma multidão internacional de jornalistas, no 67º Festival de Berlim, durante a coletiva do drama biográfico Final Portrait, o galã Armie Hammer abriu um genuíno espaço de desmistificação de sua própria figura neste momento em que desponta como um dos jovens astros de maior prestígio em Hollywood, decido a mostra seu real objetivo: desafios estéticos. Visto em pipocas como Cavaleiro Solitário (2013) e O Agente da U.N..C.L.E. (2015), o californiano de 30 anos tem buscado evitar as alternativas de estrelato óbvias da Meca audiovisual dos EUA fazendo projetos indie, como esta pequena produção dirigida pelo também ator Stanley Tucci, ou mesmo im filme de DNA brasileiro como Call me By Your Name, produzido pelo carioca radiacado em SP Rodrigo Teixeira, agendado pela Berlinale para ser exibido nesta segunda.  

“Perto de um mestre como Tucci, que me proporcionou um dos sets de maior elegância e leveza da minha carreira, como é que eu posso me ver como artista? Esse posto cabe mais para ele, ou para quem cria arte usando tintas e cinzéis como Giacometti”, disse Hammer, na movimentada entrevista de promoção de Final Portait em Berlim, onde o longa, pontuado de bom humor, será projetado fora de concurso.  

Depois de dez anos dedicado ao projeto, Tucci (indicado ao Oscar por Um Olhar do Paraíso, de 2009), confiou o papel do pintor e escultor Giacometti ao ator australiano Geoffrey Rush, que está sendo homenageado este ano na Berlinale pelo conjunto de sua carreira. A Hammer ele delegou a tarefa de viver o crítico de arte americano James Lord, dedicado a biografar o artista, apesar de sua vida hedonista de excessos. “Contracenar com Geoffrey é a mesma sensação de ir jogar tênis com um campeão mundial: cada sacada dele valoriza o meu jogo”, elogiou Hammer, que foi elogiado em Sundance, em janeiro, por seu desempenho em Call Me By Your Name.

Trabalho mais recente do diretor italiano Luca Guadagnino (Um Sonho de Amor), este drama LGBT é baseado em um romance de André Aciman. A trama narra uma história de amor gay, com base em roteiro do mestre do romantismo James Ivory (diretor de Retorno a Howards End). Nela, um adolescente tem sua vida mudada quando seus pais recebem em sua casa, numa colina em Cremona, um galante visitante (papel de Hammer).  

Eu tive a chance de trabalhar com diretores que têm uma busca autoral sólida, muitos deles também experientes no campo da atuação, como Tucci”, diz Hammer, hoje envolvido no projeto Hotel Mumbai, com Dev PatelCom um diretor que também é ator, percebe-se, de maneira mais imediata, o quanto eles entendem as demandas de seus intérpretes”.  

MAIS BERLINALE 

Entre os concorrentes ao Urso de Ouro de 2017, Berlim viu até agora dois filmes com poder de mobilização. O mais aplaudido (de todo o festival) e o mais bem falado é Félicité, uma produção franco senegalesa rodada no Congo pelo francês de origem africana Alain Gomis, centrado nos esforços de uma cantora de bar de Kinshasa para salvar seu filho. O segundo destaque é a comédia austríaca Wild Mouse, dirigida e estrelada pelo ator Josef Hader, sobre as maluquices que um crítico de música faz contra seu ex-chefe após uma demissão inesperada. 

Nas sessões paralelas da Berlinale, um dos filmes que mais barulho faz pela capital alemã é uma prata da casa: a produção alemã Tiger Girl, uma espécie de filme de super-herói. Nele, uma jovem treinada para ser guarda de segurança vai reagir ao assédio e ao machismo com um taco de beisebol. No Fórum, seção mais experimental do festival, chama a atenção uma “quase comédia romântica”: Menashe, uma produção americana dirigida por Joshua Z Weinstein sobre um jovem judeu viúvo aprendendo a lidar com a solidão e com a perda sem perder o bom humor.  

A Berlinale confere No Intenso Agora, documentário brasileiro feito com imagens raras de 1968, na Europa e na China, alinhavadas pelo aclamado diretor João Moreira Salles, que passou dez anos longe dos cinemas, após lançar sua obra-prima, Santiago (2007), dedicando-se à revista Piauí. Seu trabalho de regresso às telas parte de arquivos familiares, com negativos de sua finada mãe. 

Há também a passagem de Woody Allen por Berlim para a exibição de seu filme mais aclamado, Annie Hall (no Brasil, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa) na seção Berlinale Classics, comemorando os 40 anos de sua estreia.

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