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Nova refilmagem de Invasores de Corpos é o capítulo mais fraco de uma série louvável

18.10.2007, às 13H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H29

Ao longo dos anos, a história de ficção científica Invasores de Corpos (The Body Snatchers), publicada por Jack Finney em 1954, tem sido adaptada ao cinema como um metafórico reflexo do momento político dos Estados Unidos.

Em 1956, o livro virou o genial filme B Vampiros de Almas, de Don Siegel, um dos maiores clássicos do gênero. Nele, a paranóia do macartismo e sua caça às bruxas é a pauta disfarçada em meio à invasão alienígena. Depois, mais de vinte anos se passaram e uma nova versão surgiu nas telas. O diretor Philip Kaufman fez um trabalho igualmente impressionante com a história em Os Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers, 1978), espelhando o tom da era pós-Vietnã e pós-Watergate, e atualizando a personagem principal Elizabeth Driscoll (na era do feminismo ela ganhou emprego e responsabilidades). Mais quinze anos e outro remake. Os Invasores de Corpos - A Invasão Continua (Body Snatchers, de Abel Ferrara, 1993), fala de infecção ET em tempos de AIDS.

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A história, portanto, é obra-prima atemporal da ficção. Assim, dá pra entender o porquê, nestes conturbados tempos de guerras e destruição acelerada dos recursos naturais, da idéia de uma quarta versão, agora intitulada simplesmente Invasores (Invasion, 2007).

O problema é que o filme não reflete apenas seu tempo na trama, mas o faz também nos bastidores. A versão gravada por Oliver Hirschbiegel (A queda - As últimas horas de Hitler), o diretor, não agradou a Warner Bros., que chamou os irmãos Wachowski (Matrix) e James McTeigue (V de Vingança) para refilmar alguns trechos. E manobras assim (todo mundo lembra de O Exorcista: O início), não costumam acabar bem...

Na trama, Nicole Kidman vive Carol, uma psiquiatra que começa a notar estranhas mudanças no comportamento dos habitantes da cidade onde vive - sem suspeitar que uma conspiração alienígena se forma. Mas não basta a ela escapar da nova ordem ET... seu filho está nas mãos das criaturas, o que a força a tentar recuperá-lo enquanto ajuda seu melhor amigo (e interesse amoroso, claro), vivido por Daniel Craig, a encontrar a cura.

Não sei o que foi alterado pelo estúdio - ou se a versão de Hirschbiegel estava à altura de suas antecessoras -, mas o fato é que o longa tem momentos excelentes de suspense, alternados com cenas de ação que deixam a desejar e soam gratuitas (a perseguição de carro parece até montagem de outro filme). É a escola européia e artística do primeiro misturada com o frenesi comercial do trio de Matrix. Dessa forma, o resultado é um durepox que não ficou cinza... dá pra ver claramente as partes brancas e as escuras. Isolando as cenas há alguns méritos, mas no final a massa simplesmente não cola.

E por falar em final, o clímax é absolutamente lamentável. Que saudade de Donald Sutherland apontando o dedo e guinchando para Veronica Cartwright...

Assista a clipes e trailer do filme

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