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Neil Gaiman fala dos filmes de Sandman, Stardust e Coraline

Escritor relembra do tempo em que não queria saber de cinema

04.12.2008, às 12H00.

Sandman comemora 20 anos em 2009. As festividades já começaram com uma longa entrevista de Neil Gaiman ao blog Hero Complex, do Los Angeles Times, na qual, além de comentar como foi a produção da série nos anos 90, ele respondeu a dúvida que há anos assola fãs: quando sai o filme?

"Um filme de Sandman é inevitável, cedo ou tarde", diz Gaiman. O autor comenta que sua primeira reunião com um executivo da Warner sobre a adaptação cinematográfica da HQ se deu em 1991 ou 1992 - quando ele pediu para não fazer um filme.

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"Ele me disse 'estão falando sobre um filme de Sandman' e eu disse 'por favor, não faça isso'. Ele disse 'o quê?'. Eu falei que ainda estava escrevendo a série, ainda não estava pronta, e um filme mudaria os rumos de tudo. Ele disse: 'você é o primeiro ser humano a entrar no meu escritório e me implorar para não fazer um filme'."

Claro que o tempo passa... "Quinze anos atrás, quando eu ia às reuniões nos estúdios, as pessoas com poder de aprovar coisas e fazer coisas acontecerem não sabiam quem eu era. Nem sabiam direito o que Sandman era. Os assistentes deles não sabiam direito o que Sandman era. Mas o cara que lhe servia água, os estagiários, os assistentes dos assistentes, o pessoal chão-de-fábrica - eles sabiam quem eu era. Eles me paravam no corredor pra dizer 'amo o que você faz'. O interessante é que, quinze anos depois, são esses caras que estão mandando nos estúdios. Quem toma decisões hoje sabe quem eu sou, sabe quem é Alan Moore, estão há 20 anos esperando pra ver um filme de Watchmen", disse.

E quem faria o filme de Sandman? Gaiman diz esperar alguém apaixonado pelo material, da mesma forma como, ele cita, Peter Jackson é apaixonado por Senhor do Anéis e Zack Snyder por Watchmen. "Espero que quando fizerem Sandman, tenhamos alguém assim. Guillermo del Toro tem Hellboy como algo que ele ama e considera importante e pessoal - é disso que Sandman precisa. Existe alguém assim por aí. Ou vai existir nos próximos cinco ou dez anos."

O autor também comentou que a experiência com Stardust - O Mistério da Estrela, apesar de ter um gerado um filme rentável em várias partes do mundo, sofreu um problema de marketing: "Eles não sabiam como vender o filme". Quanto a Coraline, diz estar extremamente curioso para saber como será a recepção do público, quando a animação estrear em fevereiro, lá fora: "Em certo sentido, ele é mais difícil que Stardust porque é um livro adorado por crianças e adorado por adulto e não dá para fazer publicidade somente para um grupo, senão você perde o outro".

E quanto a escrever Sandman de novo? "Você nunca diz nunca mais. Você nunca diz nunca mais porque o tempo é algo vasto. Não queria voltar e fazer algo que tornaria o que fiz antes algo menor. (...) Se algum dia eu fizer algo, seria para torná-lo maior. Dito isso, há histórias nas quais nunca cheguei porque, bem, sempre há histórias nas quais você nunca chega. Então não é como se não houvesse histórias para contar. Mas elas têm que se tornar histórias que eu tenho que contar."

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