Figura cativa do elenco de Zorra Total, famoso no cinema por participações como coadjuvante na franquia Muita Calma Nessa Hora, o humorista Nelson Freitas passa para o Ladro Negro da comédia ao assumir o papel de inimigo nº1 de Didi Mocó em Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood, o 50º filme de Renato Aragão, cuja estreia acontece em 19 de janeiro. Espécie de homenagem ao filme Os Saltimbancos original, de 1981, a produção dirigida por João Daniel Tikhomiroff (de Besouro) põe Freitas na pele de Aurélio Gavião, prefeito corrupto que fará toda sorte de negociata ilegal para destruir o circo do velho Barão (vivido por Roberto Guilherme, o Sargento Pincel), onde Didi planeja um musical. Seu visual é de caubói. Mas nobreza de vaqueiro ele não tem nenhuma.
“Eu tenho 55 anos hoje, o que significa que desde a minha mais tenra juventude os Trapalhões fizeram parte do meu imaginário, servindo como referência de um tipo de humor circense, o melhor humor circense do Brasil”, elogia o ator, paulista de Mogi das Cruzes, que impressionou a crítica na exibição do filme para a imprensa pelo perfil hilário de seu vilão: um político de sotaque carregado, mulherengo e desonesto, que inventa as mais estapafúrdias ideias para ocupar o terreno do circo do Barão, inclusive criar nele um show de mulatas e uma quadra de paintball. “Foi mais do que uma honra poder contracenar com Renato. Este era um filme que eu aceitaria fazer mesmo que para ser o faxineiro do circo”.
Preparado para estrelar no palco uma adaptação do romance pulp, do cultuado autor teuto-americano Charles Bukowski (1920-1994), chamada Uísque com Água (prevista para março no Teatro dos Quatro, no Rio), Freitas faz de Gavião um escroque que pode levar ao fim os planos de Didi, ameaçando a paz do casal Karina (Letícia Colin) e Frank (Emílio Dantas).
“Embora eu tenha ficado mais conhecido pelo humor, minha origem como ator é no drama”, diz Freitas. “Este vilão resgata elementos do início da minha carreira”.